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28 dezembro 2018

Lançamentos da Arqueiro

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Boa tarde, leitores.

Confiram os lançamentos da Editora Arqueiro para janeiro e fevereiro de 2019:




Uma mulher que desafia seu tempo

Dr. Garret Gibson, a única médica mulher na Inglaterra, é tão ousada e independente quanto qualquer homem – por que não lidar com os próprios desejos como se fosse um? No entanto, ela nunca ficou tentada a se envolver com alguém, até agora. Ethan Ransom, um ex-detetive da Scotland Yard, é tão galante quanto secreto, e sua lealdade é um verdadeiro mistério. Em uma noite emocionante, eles cedem a uma poderosa atração mútua antes de se tornarem estranhos novamente.                 Um homem que quebra todas as regras


Ethan tem pouco interesse pela alta sociedade, mas é cativado pela preciosa e bela Garrett. Apesar da promessa de resistir um ao outro depois daquela noite sublime, ela logo será atraída para sua tarefa mais perigosa. Quando a missão dá errado, Garret usa toda a sua habilidade e coragem para se salvar. À medida que enfrentam a ameaça de uma traição do governo, Ethan fica disposto a assumir qualquer risco pelo amor da mulher mais extraordinária que já conheceu. [+]


O ano letivo começou e Greer ­MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é.

Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: “caça tiro pesca”. Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras.

Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue.

Que a caçada comece! [+


Joana, Emilia, Florian, Alfred. Cada um de um país diferente. Cada um caçado e assombrado pela tragédia, pelas mentiras e pela guerra. Enquanto milhares fogem do avanço do exército soviético na costa da Prússia, os caminhos desses quatro jovens se cruzam pouco antes de embarcarem em um navio que promete segurança e liberdade. Mas nem sempre as promessas podem ser cumpridas...

Profundamente comovente, O sal das lágrimas se baseia em um acontecimento real. O navio alemão Wilhelm Gustloff foi afundado pelos russos no início de 1945, tirando a vida de mais de 9 mil refugiados civis, entre eles milhares de crianças. É o pior desastre marítimo da história, com seis vezes mais mortos que o Titanic. 

Ruta Sepetys, a premiada autora de A vida em tons de cinza, reconta brilhantemente essa passagem por meio de personagens complexos e inesquecíveis. [+]


Na noite da formatura, Vale McKinley sofre um terrível acidente de carro. Junto com ela está Crawford, seu namorado, que acaba entrando em coma. Eles pretendiam aproveitar o verão fazendo planos para a universidade, com um futuro brilhante cheio de possibilidades. Agora, Vale passa longos dias no hospital, à espera de que Crawford acorde.

Lá, ela encontra por acaso com Slate Allen, colega de faculdade do seu irmão. O garoto aparece regularmente para visitar o tio, que está internado. Quando se esbarram, Vale não consegue negar a atração proibida entre eles. Ela tenta ignorar seus sentimentos, mas não é imune ao charme de Slate. Aos poucos, os dois se aproximam.

Depois de muito relutar em sair do lado de Crawford, Vale cede aos apelos da família e vai para universidade, pensando que o namorado gostaria que ela tocasse a vida. Só que agora a garota está no território de Slate e a história dos dois vai sofrer uma grande reviravolta. [+]


Enquanto você dormia…

Depois de perder o pai e ficar sabendo que o irmão Thomas foi ferido durante uma batalha nas colônias, Cecilia Harcourt tem duas opções igualmente terríveis: se mudar para a casa de uma tia solteira ou se casar com um primo vigarista. Então ela cruza o Atlântico, determinada a cuidar de seu irmão pelo tempo que for necessário. Só que, após uma semana sem conseguir localizá-lo, ela acaba encontrando seu melhor amigo, o lindo oficial Edward Rokesby. Ele está inconsciente, precisando desesperadamente de cuidados, e Cecilia promete salvar a vida desse soldado, mesmo que para permanecer ao lado dele precise contar uma pequena mentira...

Eu disse a todos que era sua esposa

Quando Edward recobra a consciência, não entende nada. A pancada na cabeça o fez esquecer tudo que aconteceu nos últimos três meses, mas ele certamente se lembraria de ter se casado. Apesar de saber que Cecilia Harcourt é irmã de Thomas, eles nunca foram apresentados. Mas, já que todo mundo a trata como esposa dele, deve ser verdade.

Quem dera fosse verdade…

Cecilia coloca o próprio futuro em risco ao se entregar completamente ao homem que ama. Mas quando a verdade vem à tona, Edward talvez também tenha algumas surpresas para a nova Sra. Rokesby. [+


24 dezembro 2018

Por dentro da tela: Bird Box

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Data de lançamento: 21 de dezembro de 2018 
Duração: 1h 57min
Direção: Susanne Bier
Elenco: Sandra Bullock, Trevante Rhodes, Sarah Paulson
Gêneros: Terror, Suspense
Nacionalidade: EUA



Em um mundo pós-apocalíptico, Malorie (Sandra Bullock) e seus filhos precisam chegar em um refúgio para escapar do Problema, criaturas que ao serem vistas fazem pessoas se tornarem extremamente violentas. De olhos vendados para não serem afetados, a família segue o curso de um rio para chegar à segurança.




Classificação:     




Bird Box é uma adaptação que saiu no catálogo da Netflix dia 21 de dezembro e tem sido muito divulgada nos últimos dias. O filme é baseado no livro de Josh Malerman, Caixa de Pássaros, lançado no Brasil pela Editora Intrínseca e já resenhado aqui no blog. 

Assim como todos os que já tiveram a oportunidade de ler a obra, estava ansiosíssima para o lançamento, consegui ver ontem e me surpreendi. Como fiz a leitura de Caixa de Pássaros em 2015 não lembro de muitos detalhes do livro e acredito que isso foi fundamental para que deixasse de lado a impressão de que a adaptação "não é fiel" e aproveitasse o filme. 

A produção nos mostra um mundo pós-apocalíptico em que as pessoas precisam usar vendas se quiserem sobreviver. Assim como no livro, o filme mescla cenas do começo do surto até cinco anos depois em que Malorie precisa sair de seu esconderijo com os filhos para buscar um local seguro para ficarem. 

Malorie estava grávida quando tudo começou, após uma consulta de rotina pode ver o quê acontecia com as pessoas que viam as criaturas e logo após se suicidavam. Uma das vítimas foi a irmã de Malorie e agora ela precisa encontrar um jeito de sobreviver, uma estranha a ajuda e logo após tira a sua própria vida. Malorie agora mora em uma casa com pessoas estranhas e elas precisam encontrar um meio de se ajudar e sobreviver a esse caos. Cinco anos depois, Malorie e seus filhos - Garoto e Menina - embarcam em uma viagem extremamente difícil, mas que poderá ser a sua única esperança. 

Como adaptação o filme pode ter desapontado alguns leitores, porém como li a obra anos atrás e não lembro de muitos detalhes achei o filme fantástico. Sandra Bullock deu um show de atuação, como sempre, as crianças foram muito bem escolhidas e conseguiram cativar o telespectador. As cenas foram bem desenvolvidas, as paisagens são maravilhosas, os efeitos são bem trabalhados e sem dúvidas é um filme marcante. O único ponto que senti falta no filme foi a super audição das crianças, que é bastante explorada no livro, porém nada que tenha me deixado insatisfeita com a adaptação, muito pelo contrário, o filme é maravilhoso. 






21 dezembro 2018

Resenha: A guerra de Ashley - Gayle Tzemach Lemmon

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Editora: Rocco
Ano: 2018
Páginas: 320
Tradutor: Ângela Lobo de Andrade

Anos antes do Pentágono autorizar a presença feminina na frente de combate das Forças Armadas dos Estados Unidos, uma equipe de mulheres se juntou ao grupo de Operações Especiais no Afeganistão, fazendo um delicado trabalho de campo: conversar com as cidadãs locais, a fim de obter o máximo de informações sobre os combatentes inimigos. Em A guerra de Ashley, Gayle Tzemach Lemmon conta a história da CST-2, unidade formada por essas pioneiras, e da heroína da tropa, a segunda-tenente Ashley White. A autora passou 20 meses viajando pelos Estados Unidos, centenas de horas de conversa e análise de pesquisas primárias e documentos, formando um retrato sensível e emocionante das voluntárias que marcaram época ao se alistarem para lutar por seus ideais e seu país.



Classificação:        




"Ashley prosseguiu e permaneceu impassiva. Um pé depois do outro. Olhando para frente. De jeito nenhum, ela reagiria àquele absurdo. Como aprendera com seu pai desde menina, deixaria que suas ações mostrassem do que ela era feita. Esqueça-os, apenas se concentre e continue. Ashley dominava a arte de se forçar a seguir em frente em silêncio e era mais dura consigo mesma do que qualquer outra pessoa poderia ser." Página 58



A guerra de Ashley foi um dos livros que mais me chamaram atenção em 2018 nos lançamentos da Editora Rocco. Lançado pelo selo Anfiteatro, o livro mostra histórias reais das primeiras mulheres soldados enviadas para o Afeganistão durante a guerra, que tinham por função facilitar o contato com as mulheres e crianças vitimadas pela guerra e que não poderiam ser entrevistadas pelos Rangers por questões culturais. Como não investigo muito sobre as leituras antes de iniciá-las, acabei descobrindo apenas no final da leitura que esta é uma pesquisa feita pela autora e que todos os personagens são pessoas reais, ou seja, o choque foi maior ao saber disso e dos desdobramentos da história. 

Este livro, como já é evidenciado no título, tem foco na segunda-tenente Ashley White, uma jovem de 24 anos, recém casada e que responde à convocação de seu país para trabalhar junto dos Rangers no campo de batalha. Mesmo contrariando seu marido ela se inscreve na seleção que está sendo feita e lá percebe que é só mais uma entre tantas mulheres capazes de dar conta do trabalho. Apesar da garra, as mulheres não tinham muito espaço na área militar e este projeto conhecido como CST é pioneiro no país. Depois da semana de testes, Ashley descobre que foi selecionada e está entre os 10% de mulheres que foram as primeiras da equipe, sendo assim ela é enviada para Kandahar. 

Além da história de Ashley, a autora apresenta várias outras mulheres que foram essenciais para o sucesso do programa e vitais para a descoberta dos insurgentes, já que sem esse contato com as mulheres e crianças muitos americanos poderiam ter morrido nas emboscadas. Mesmo quando acreditei que se tratava de uma ficção, o livro me deixou com o coração apertado, quando descobri que Ashley era real fiquei ainda mais comovida por sua dedicação e força de vontade em fazer a diferença. Todas as mulheres que atuaram como CSTs fizeram a diferença e para sempre serão lembradas em seu país, mas para mim, como leitora, sempre lembrarei dessa leitura como inspiração para correr atrás dos meus sonhos e fazer a diferença, pois como é apresentado em um diálogo no livro "meninas podem ser heroínas também"



"Ela se perguntou se tinha alguma ideia de onde havia se metido. Provavelmente não, pensou. Mas cheguei até aqui. Não tem volta." Página 75


Por se tratar de uma biografia da área militar, o livro conta com a sopa de letrinhas que é presente em grande parte das leituras policiais, que mostram as diversas organizações militares, navais e do exército, então a leitura pode se tornar um pouquinho cansativa para quem não está acostumado, além de ter uma linguagem mais técnica, porém isso só torna a leitura ainda melhor já que dá um aspecto real ao livro. 

A obra é dividida em três partes: A convocação para servir, Ação em Campo de Batalha e Última Chamada. Os capítulos são um pouquinho mais longos do que os livros que estou acostumada a ler, porém como a autora faz menção a várias personagens e suas histórias em uma divisão feita a cada capítulo, não torna a leitura arrastada, muito pelo contrário, o leitor compara a vida das mulheres e tenta analisar o que as levou a seguir esse caminho em suas vidas. 

Poderia falar sobre essa leitura por horas, sem dúvidas esse foi o melhor livro que li em 2018 e ganhou em disparada de todas as outras leituras que fiz, mas vou me conter para não soltar spoilers. Se vocês tiverem oportunidade de ler, principalmente as garotas, leiam. A história de Ashley White e de todas as jovens mulheres apresentadas durante a leitura é inspiradora e tenho certeza que o livro vai mudar o seu jeito de ver o mundo e encarar as adversidades, assim como aconteceu comigo. 


"Mesmo que algumas discordassem da tática de Amber, elas sabiam como era mergulhar em frustração quando outras pessoas punham limites a você. Na verdade, o desejo de romper esses limites era, antes de tudo, o motivo pelo qual a maioria delas se apresentara para a avaliação e seleção." Página 132



18 dezembro 2018

Resenha: Leah fora de sintonia - Becky Albertalli

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Editora: Intrínseca
Ano: 2018
Páginas: 320
Tradutor: Ana Rodrigues

Sequência do sucesso Com Amor, Simon.

Leah odeia demonstrações públicas de afeto. Odeia clichês adolescentes. Odeia quem odeia Harry Potter. Odeia o novo namorado da mãe. Odeia pessoas fofas e felizes. Ela odeia muitas coisas e não tem o menor problema em expor suas opiniões. Mas, ultimamente, ela tem se sentido estranha, como se algo em sua vida estivesse fora de sintonia. No último ano do colégio, em poucas semanas vai ter que se despedir dos amigos, da mãe, da banda em que toca bateria, de tudo que conhece. E, para completar, seus amigos não fazem ideia de que ela pode estar apaixonada por alguém que até então odiava, uma garota que não sai de sua cabeça.

Nesta sequência do sucesso Com Amor, Simon, vamos mergulhar na vida e nas dúvidas da melhor amiga de Simon Spier. Em um livro só dela, mas com participações mais do que especiais dos personagens do primeiro livro, vamos acompanhar Leah em sua luta para se encontrar e saber com quem dividir suas verdades e seus sentimentos mais profundos.

Em Leah fora de sintonia, Becky Albertalli mostra por que é uma das vozes mais importantes e necessárias de sua geração. Sem nunca soar didática, a escritora lança mão dos mesmos ingredientes que tornaram Com Amor, Simon um sucesso mundial: a leveza, o senso de humor, a representatividade e a certeza de que vale a pena contar histórias sobre jovens que podem até estar perdidos, mas estão determinados a encontrar seu caminho.


Classificação:     



"Caos ambulante, seu nome é Leah Burke. Não consigo nem escrever uma mensagem de duas palavras sem surtar. E olha que nem gosto do garoto. Se gostasse, a esta altura já estaria morta. Motivo: esquisitice aguda." Página 


Leah fora de sintonia é a sequência de Com Amor, Simon, de autoria de Becky Albertalli e lançado no Brasil pela Editora Intrínseca. A história me conquistou no primeiro livro e essa leitura foi suficiente para me apaixonar ainda mais pela forma com que a autora trata temas complexos, mas sempre com delicadeza e tato. 

Leah Burke é a melhor amiga de Simon, está no último ano da escola e começando a pensar sobre as faculdades e como será sua vida assim que o ano acabar. A personagem está longe do padrão de perfeição que é adotado pela sociedade e faz questão de mostrar para o mundo que é muito bem resolvida e não liga para o que pensam dela. Gorda e bissexual, Leah está no mundo para reclamar e é claro, divertir o leitor. Em todas as páginas dessa obra há uma reclamação ou comentário sarcástico da personagem e dei muitas risadas durante a leitura, já que Leah foi a personagem que mais gostei em Com amor, Simon, e foi muito interessante ver a história pela perspectiva dela. 

Em clima de despedida da escola, Leah e seus amigos estão empenhados em escolher uma boa faculdade e decidir seus pares para o baile de formatura. Apesar de não aceitar muito bem esse rito de passagem, Leah aceita ir ao baile com Garrett, porém a pessoa com quem ela gostaria de fazer isso não está disponível e isso faz com que ela perceba que terá que tomar decisões importantes e que este dia será memorável. 

Leah é uma personagem interessante de acompanhar, já que ela faz questão de mostrar para todos que não está no mundo para agradar. Acabei me identificando bastante com ela na questão de reclamar (Adoro!), porém queria ter 10% da confiança que ela demonstra ter, apesar desta qualidade ir para o espaço quando se trata de assuntos do coração. De leitura leve e fluida, Leah fora de sintonia é um livro para desmistificar tabus acerca da sexualidade, racismo e aparência. Dando voz às minorias e com grande representatividade, Becky Albertalli ganhou um espaço no meu coração e na estante, pois me apaixonei pelas suas histórias e pela forma com que escreve. 

A capa marcante combina bem com a vida de Leah Burke, além de contar com elementos presentes na narração como a Coca-Cola e os coturnos que a protagonista usa no baile que mudou sua vida. A diagramação está ótima e o refrigerante tão estimado pela protagonista rouba a cena a cada início de capítulo, narrados em primeira pessoa os capítulos são breves e a história fluida, deixando o leitor ansioso para descobrir o que virá a seguir. Não lembro de ter encontrado erros de revisão, o que contribui para uma leitura sem muitas interrupções. Apesar de não fazer parte da faixa etária do público-alvo da obra, aproveitei muito a leitura e pude me questionar sobre as decisões que tomei ao longo da minha vida sempre optando pelo caminho mais fácil ao invés de seguir meus sonhos e que agora por destino estou prestes a realizar um sonho que cultivo desde os treze anos, mas que por inúmeras razões deixei de lado - por medo de aceitação e fazer uma graduação e ter uma carreira "normal". Esta leitura me ajudou a perceber algo que já vinha trabalhando na minha mente ao longo desse último ano, quando você aceita quem é e a sua vocação, a vida começa a se tornar bem mais fácil. 


"Nossa, eu sou muito babaca mesmo. Sei que sou. Abby só está tentando ajudar, e as sugestões dela nem são tão ruins. Afinal, não seria legal pra caramba ganhar dinheiro com minha arte? Conseguir comprar algo uma vez na vida? Talvez eu até pudesse ajudar minha mãe depois que me formasse. Eu não discordo de Abby, só não consigo ser legal com ela.

Sou patética, eu sei. Mas a vida tem dessas coisas." Página 196




13 dezembro 2018

Resenha: A essência do mal - Luca D'Andrea

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Editora: Intrínseca
Ano: 2018
Páginas: 368

Jeremiah Salinger ganha a vida fazendo documentários, até que se muda com a família para uma região remota da Itália. Lá, após um acidente com o helicóptero em que está fazendo uma filmagem, passa a ser atormentado pela ideia de que existe nas montanhas ao redor uma força que não consegue entender e a que chama de A Besta.

Anos depois, em um passeio com a filha no Bletterbach — um desfiladeiro com toneladas de fósseis —, Jeremiah escuta uma conversa que lhe dá um novo foco na vida. Em 1985, três jovens foram mortos ali, e seus corpos, desmembrados por um assassino que nunca foi descoberto.

Para solucionar o mistério, que marcou uma cidade inteira por décadas, Jeremiah mergulha em um quebra-cabeça macabro e fascinante.



Classificação:       


"Ainda tinha os pesadelos.
Eu revia a Besta. Ouvia o sibilo. Mas a Besta estava menos presente, a sua voz estava mais abafada, como se pertencesse a outra vida. Não era mais uma lembrança que me devorava, mas alguma coisa indefinida e indefinível. Longe, para minha sorte." Página 106


A essência do mal é um livro que estava em minha lista de desejados desde o lançamento, porém como coincidiu de terem lançamentos que gostaria de ler antes só fui solicitar para a Intrínseca recentemente e se arrependimento matasse já estaria acabada. Como vocês já perceberam, adoro livros sobre investigação criminal e apesar de o autor envolver sobrenatural na narração acabei me apaixonando pelo livro, a história é envolvente, os personagens foram bem construídos e a trama é surpreendente.

Tudo começa quando Jeremiah Salinger sofre um acidente enquanto gravava um documentário apresentando a rotina dos homens que trabalhavam no Socorro Alpino dos Dolomitas, neste deslizamento ele é o único a sobreviver e faz uma promessa para Annelise, sua mulher, e pelo bem da família afirma que terá um ano sabático e não irá mais se arriscar. Algum tempo depois, Clara pede ao pai que a leve em um museu e lá Jeremiah escuta sobre o Massacre de Bletterbach, acontecido em 1985, em que três jovens foram desmembrados na caverna e trinta anos depois o culpado ainda não tinha sido descoberto. Como forma de se manter ativo, Jeremiah começa a investigar mais sobre o que aconteceu com Evi, Markus e Kurt, mas isso pode ser muito mais perigoso do que se arriscar durante as filmagens de seu documentário.

Quanto mais Jeremiah investiga, mais percebe que os moradores não querem que a verdade seja descoberta, além disso o homem acredita que o massacre pode estar relacionado com o seu acidente e que um ser sobrenatural pode estar por trás dos dois ocorridos. Esta é uma narração eletrizante que faz o leitor acompanhar as investigações de Jeremiah e descobrir se o quê aconteceu em Bletterbach é obra de um ser sobrenatural ou o ápice da maldade humana. 
  

"- Você tem essa menina, Salinger. Você pode ser feliz. Essa não é a sua gente. Não é o seu lugar. Você não acha - ele apontou a minha filha na janela - que tem algo melhor pelo que lutar?" Página 175


A essência do mal é um dos thrillers que ficou para a lista de favoritos do gênero, confesso que estava receosa com o lado sobrenatural que o autor Luca D'Andrea inseriu na narração, porém isso tornou a obra singular e não uma história semelhante às dezenas que já li. Jeremiah é um personagem obstinado e que em muitas vezes me fez questionar a sua sanidade, pois suas buscas acabaram tendo consequências terríveis em sua vida pessoal, acidentes e o distanciamento de sua mulher e filha, mas o desfecho da história me surpreendeu e fez com que o protagonista conseguisse se redimir de todas as suas falhas durante a investigação. Clara, a filha de Jeremiah, é uma adição importante para a história e torna a leitura um pouco mais leve em suas aparições, além de ser uma peça importante para a resolução da trama. 

E se não bastasse a história ser maravilhosa, a edição da Intrínseca ficou perfeita. O livro é em capa dura e a imagem escolhida ilustra a essência do livro, os capítulos são narrados por Jeremiah e fazem com que o leitor mergulhe com o protagonista na investigação do massacre e tire suas próprias conclusões, mas tenha em mente que nada é o que parece ser em sua superfície. Esta é uma trama complexa e quanto mais o protagonista investiga, mais ele descobre que existem muito mais segredos a serem desenterrados da cidade e que pessoas próximas de sua família podem fazer parte deste mistério. Sem dúvidas recomendo a leitura para todos os leitores que gostam de thrillers e, assim como eu, gostam de mergulhar nas investigações dos personagens e descobrir por sua conta o quê aconteceu com as vítimas. 


"B de "besteira".
Mas eu não fiquei para descobrir novos detalhes sobre o massacre do Bletterbach. Fiz isso para afastar a Besta. Se me concentrasse na história do Bletterbach, eu não pensaria em todo aquele branco que a tempestade fizera cair sobre Siebenhoch, nem na velocidade com que a minha mente havia desabado. Um prego para substituir outro prego." Página 183


11 dezembro 2018

Resenha: Ilha de Vidro - Nora Roberts

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Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 288

Nerezza, a deusa da escuridão, ainda não desistiu de obter as Estrelas da Sorte e destruir todos os mundos. As Estrelas de Fogo e de Água já foram recuperadas pelos seis guardiões, mas resta a Estrela de Gelo, e a batalha atingirá seu clímax.
Doyle McCleary, o espadachim imortal, prometeu nunca mais voltar para casa. No entanto, quando a procura pela última estrela o leva ao condado de Clare, na Irlanda, ele deve encarar o passado. Três séculos atrás, uma tragédia o obrigou a fechar o coração para o amor, sobrando em seu peito apenas morte e solidão. Sua natureza selvagem só não é mais intensa que a de Riley... e da loba que há dentro dela. 
Arqueóloga e licantropa, a Dra. Riley Gwin não se rebaixa a ninguém. Fechada em sua biblioteca, em busca da misteriosa Ilha de Vidro, ela tenta negar a forte atração que sente por Doyle. Afinal, a última coisa de que precisa é uma distração. 
À medida que o último desafio dos guardiões se aproxima, a loba e o imortal têm que unir forças pela vida de seus amigos. Com Nerezza recuperada e furiosa, os dois vão descobrir que a melhor arma para dar fim à escuridão talvez seja o amor.



Classificação:       




"Fomos colocados nesse rumo, todos nós. Fomos unidos para um objetivo: encontrar e devolver as estrelas, salvar os mundos. Estamos quase lá. Acredito que podemos fazer isso. Acho que podemos completar a busca. Só que depois, Doyle, ninguém sabe se viveremos felizes para sempre. Ninguém sabe se estamos destinados a matar a deusa da escuridão e fazer a dancinha da vitória." Página 48



Ilha de Vidro é o livro que encerra a trilogia Os Guardiões, de Nora Roberts, e foi publicado no Brasil pela Editora Arqueiro. Apesar de ser fã da autora, não havia tido uma experiência com seus livros de fantasia antes dessa trilogia e confesso que me surpreendi. Os Guardiões reúne tudo o que uma boa leitura pede: romance, descobertas, batalhas e bons personagens. 

Em Estrelas da Sorte fomos apresentados à história destes seis estranhos cujo destino os aproximou para salvarem as estrelas e o mundo do caos. Já em Baía dos Suspiros os segredos foram sendo revelados e os seis guardiões entenderam o propósito de suas vidas. Já em Ilha de Vidro os personagens são levados a entender como foram escolhidos, qual a sua linhagem e como estão conectados às deusas que criaram as estrelas. 

O terceiro volume é focado em Doyle e Riley, o único casal ainda não formado no sexteto, mas que ao longo do tempo decidem se relacionar deixando os sentimentos de lado, porém logo este arranjo ficará complicado. Doyle precisa encarar a cidade em que morou com sua família há séculos, e que agora é propriedade de Bran, além de focar na batalha contra Nerezza e ajudar na preparação física de seus amigos. Riley, com a ajuda de seus contatos espalhados pelo mundo, consegue munição e algumas informações sobre a história do local, conta com a biblioteca de Bran para procurar a possível localização da terceira estrela e assim salvar o mundo da maldade de Nerezza.

Por sua vez, a grande vilã da história está se recuperando da última batalha e passa o livro inteiro observando os guardiões de longe, para, enfim, atacá-los quando estiverem mais vulneráveis. A deusa conta com a ajuda de Malmon, porém à medida que os guardiões vão encontrando forças para lutar, o destino de Nerezza vai sendo definido e seu reinado estará ameaçado. 




"- O homem que você é basta. Estamos aqui, os seis, até certo ponto levados pelos ventos do destino. Acredito que também por todos os passos que demos e todas as escolhas que fizemos." Página 184



Ilha de Vidro acabou se tornando o meu livro favorito da trilogia já que concluiu a história de forma primorosa, além de ser focado em meus personagens favoritos da história. É fantástico ver o quanto evoluíram ao longo da busca pelas estrelas e as frequentes batalhas contra Nerezza e seus submissos. Riley é a personagem com que mais me identifiquei e acompanhar toda a sua mudança de uma mulher independente e autossuficiente para uma jovem apaixonada disposta a tudo para proteger seus amigos, sem perder a sua essência, foi algo positivo, além de tornar a leitura ainda mais interessante. 

Nora Roberts é uma das autoras que mais gosto e agora irei atrás dos livros de fantasia, pois fiquei interessada em conferir mais obras deste gênero de sua autoria, e estou bem feliz de ter me apaixonado por essa série e dar uma oportunidade aos outros gêneros escritos pela autora. Sobre a edição só tenho elogios, a capa é linda e mantém a essência da história, a diagramação está boa, capítulos não muito extensos e com divisões que facilitam a leitura, a revisão deixou passar alguns errinhos, mas nada que desqualifique o trabalho maravilhoso da editora. Se você ainda não conhece a história de Sasha, Bran, Annika, Sawyer, Riley e Doyle, não perca tempo e inicie a leitura logo, pois não irá se arrepender.



"De qualquer maneira, eles enfrentariam uma batalha. E ela estava mais do que pronta. Tentou não pensar muito sobre isso nem se aprofundar nos próprios sentimentos. Isso estava longe de ser uma prioridade agora, lembrou a si mesma. O que ambos sentiam não estava acima do destino dos mundos." Página 191



09 dezembro 2018

15 anos da Editora Intrínseca

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Olá, leitores.

Amanhã, 10 de dezembro, a Editora Intrínseca está completando 15 anos e para comemorar o dia em grande estilo haverá o Alô, Intrínseca. O pessoal da editora fará duas lives no Instagram (uma às 12h e outra às 20h) e para participar vocês deverão preencher o formulário e torcer para serem os sortudos que receberão a ligação durante a transmissão e, é claro, atender ao telefonema falando: Alô, Intrínseca! - então serão feitas perguntas sobre a história da editora, seus livros e autores e quanto mais você acertar, mais brindes irá faturar.



E é em clima de festa que resolvi fazer essa postagem para relembrar os momentos maravilhosos que passei junto da editora ao longo desses 11 anos que a acompanho e os 5 anos que tenho maior contato, como parceira. Como mencionei na primeira postagem da Semana Especial A menina que Roubava livros, foi com esse título que iniciei minha vida literária e sou muito grata por isso, já que passei da menina que não conseguia ler um capítulo para uma leitora voraz. 

É claro que nestes cinco anos como parceira tive a oportunidade de acompanhar os lançamentos de pertinho, participar da Bienal de 2014 e conhecer o pessoal da editora, além de participar de algumas pré-estreias em Curitiba e duas Turnês Intrínseca e, em uma delas, ajudar o pessoal na organização. 



Já li muitos livros maravilhosos da Editora Intrínseca, mas os que irei deixar a seguir foram os que mais me cativaram e gostaria de dividir com vocês. A lista de favoritos de 2018 foi feita em outra postagem, nesta irei deixar os livros que mais me conquistaram ao longo dos anos que acompanho a editora:






Infelizmente, o blog começou bem depois que fiz a leitura de A Menina que Roubava Livros, então não tenho a obra resenhada, porém vocês poderão conferir as postagens sobre o livro na Semana Especial.







"Já ouvi dizer que as pessoas encantadoras, poderosas, têm o dom de nos fazer sentir como se fôssemos a única criatura no mundo, e agora sei exatamente o que isso significa. Não sei bem o que ela faz, ou como faz - outra pessoa teria parecido excessivamente ávida, até obsequiosa -, mas, quando Alice me dá atenção dessa maneira, eu me sinto radiante, reconfortada pela certeza de ser plenamente compreendida."

  


"O que estou querendo dizer é: talvez você possa se dar ao luxo de esperar. Talvez para você haja um amanhã. Talvez para você haja mil amanhãs, ou três mil, ou dez, tanto tempo, que você possa se banhar nele, deixar rolar, deixá-lo cair como moedas entre os dedos. Tanto tempo que você possa desperdiçá-lo.
Mas, para alguns de nós, só existe o hoje. E a verdade é que nunca se sabe quando chegará a sua vez."







"Eu queria dizer a ela que estava melhorando, porque essa é a narrativa esperada quando se trata de doenças: um obstáculo que você superou, uma batalha que venceu. Doença é uma história contada no pretérito."






"Mas a verdade é que Rose quer ficar sob os holofotes porque tem medo do escuro.
Ela quer todas as atenções, porque tem medo de ficar sozinha. 
E é por isso que nunca posso me apaixonar pela Rose.
E é por isso que a expressão no seu rosto, quando ela mentiu para mim hoje a respeito daquela mensagem de texto, me deixou com muito medo por ela. Rose não aguentaria ser ferida de novo."





"Porque foi isso que eu percebi morando em Folgate Street, nº1. Você pode tornar o ambiente em que vive tão refinado e vazio quanto quiser. Mas isso não importa se você ainda estiver bagunçado por dentro. E, na verdade, todos nós estamos buscando isso, não é mesmo? Alguém que cuide da bagunça que há dentro da nossa cabeça."






"Em Silver Bay, eu tinha grande consciência da minha visibilidade. Mesmo de camiseta e calça jeans, era como se a falta de sal no corpo deixasse minhas intenções transparecer. E, considerando o quanto a área era deserta, de algum modo parecia habitada demais, muito influenciada por sua população. Era uma nova experiência para mim, mas, por algum motivo, eu não conseguia enxergar com clareza."

06 dezembro 2018

Natal com a Intrínseca

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Olá, leitores.


Já estamos em dezembro e agora é a hora de fazer uma retrospectiva dos melhores livros de 2018, já fiz a indicação de leituras da Arqueiro e agora farei da nossa parceira Intrínseca. Li muitos livros ótimos, na maioria thrillers, mas tentei trazer opções para todos os tipos de leitores e estes foram os livros que mais se destacaram (e tiveram classificação 5) durante esse ano. Espero que gostem e me contem quais livros já leram e indicam para os leitores do blog.






"Manipulação. Dominação. Controle. Essas são as três palavras às quais devemos prestar atenção quando estamos lidando com criminosos em série violentos. Tudo o que eles fazem e pensam tem por objetivo ajudá-los a preencher suas vidas desajustadas."







"Preciso dizer que, naquela manhã, andar pelos corredores a caminho dos armários foi incrível. Tudo estava diferente. Eu estava diferente. Normalmente eu andava de cabeça baixa, tentando não ser visto, mas nesse dia andei de cabeça erguida, olhando em volta. Queria ser visto."








"Minha vida havia se tornado uma coisa ridícula, uma piada ruim passando em looping. Esfreguei os olhos, sentindo a chuva gelada na pele. Ia marcar minha passagem naquela noite e voltaria para casa no próximo voo. Ia engolir o choro e recomeçar. Eu não tinha escolha.
Tudo tem seu tempo."


"Acho que estou ficando meio cansado de tudo. Estou tentando não deixar que me afete. Eu não devia ligar se pessoas idiotas me chamam de uma palavra idiota e não devia ligar para o que as pessoas pensam de mim. Mas sempre ligo."






"E a lista secreta de sintomas, no papel laranja que os professores dobraram e grampearam antes de enviar para os pais, que foi exibida centenas de vezes no noticiário, recitada enquanto o rosto das vítimas passava na tela? Aquilo era medo. Não pelas crianças que corriam risco de vida, ou pelo vazio que as muitas vítimas já deixaram.

Era medo de nós... Os que sobreviveram."