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30 agosto 2018

Resenha: Uma longa jornada - Nicholas Sparks

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Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 368

Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele.

Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra e seus efeitos sobre eles e suas famílias.

Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga até um rodeio. Lá é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição.

Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem
juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família.

Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado.
Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.

Ira e Ruth. Luke e Sophia. Dois casais de gerações diferentes que o destino cuidará de unir, mostrando que, para além do desespero, da dificuldade e da morte, a força do amor sempre nos guia nesta longa jornada que é a vida.



Classificação:       




"Foi assim que tudo começou. Não é uma história emocionante de aventura ou o tipo de romance de conto de fadas dos filmes, mas pareceu uma intervenção divina. Ruth ter visto algo especial em mim não fazia sentido algum, mas fui inteligente o bastante para aproveitar minha oportunidade. Depois disso, embora não tivéssemos muito tempo livre, passamos a maior parte dele juntos." Página 67


Uma longa jornada é um dos livros do Nicholas Sparks que estavam na minha estante há anos, mas que ainda não tinha tido vontade de ler. Em meados de 2015 tive um surto e comprei todos os livros dele que estavam disponíveis, mas acabei ficando enjoada de ler e acabei deixando de lado até agora. Confesso que me arrependi, já que a história é um amorzinho e aproveitei bastante a leitura.

Este livro conta a história de Sophia, uma universitária que está terminando um relacionamento conturbado e ao ir a uma festa, acaba conhecendo Luke, um caubói que a defende de uma investida violenta do ex-namorado. Com isso os dois começam a se aproximar e iniciam um relacionamento, porém aos poucos Sophia descobre que Luke está passando por problemas financeiros e arrisca sua vida mensalmente nos rodeios para salvar a fazenda de sua mãe. 


Em contrapartida, conhecemos também Ira, um senhor de idade avançada que sofre um acidente na estrada já tomada pela neve e começa a ver sua falecida esposa em diversas épocas de suas vidas. Duas gerações completamente diferentes, mas que se cruzaram por uma fatalidade. Três vidas que mudaram para sempre e uma oportunidade de Luke e Sophia acreditarem que tudo acontece por uma razão. Este é o típico romance do Nicholas Sparks que deixa o leitor torcendo para que os personagens enfrentem os problemas e deem uma chance ao destino. 


"Percebeu que os altos e baixos, os sonhos e as dificuldades, tudo fora parte da jornada - uma jornada que a levou ao gado perto de uma cidade chamada King, onde se apaixonara por um caubói chamado Luke." Página 220


Apesar da carga dramática da vida de Luke e o acidente de Ira, este é um livro leve e gostoso de ser lido. Os protagonistas são bem descritos e cativantes, apesar de em algumas vezes ficar com vontade de dar uns tabefes na Sophia. A história de Ira e Ruth é inspiradora, e a força de vontade de Luke de deixar a sua segurança de lado para dar uma chance de sua mãe reerguer a fazenda é emocionante, apesar de o protagonista ser bastante inconsequente com isso. 

A edição está ótima, sou suspeita em falar, mas adoro livros com capa/filme. A diagramação é simples, a revisão está boa e os capítulos bem divididos. Apesar de ter terminado o livro há um tempinho, ainda não fui atrás da adaptação, mas confesso que estou morrendo de curiosidade para conferir o filme. Sem dúvidas esta é uma leitura indicada para os leitores que adoram romance e histórias inspiradoras. 


"É estranho, penso, o que nossas vidas se tornam. Momentos circunstanciais, quando mais tarde combinados com decisões e ações conscientes e uma boa dose de esperança, podem enfim criar um futuro que parece predestinado." Página 242

21 agosto 2018

Conheçam o Intrínsecos

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Olá, leitores.

Sei que ando sumida, mas estou resolvendo algumas pendências pessoais e por isso o blog ficou um pouco parado. Logo voltarei a postar com mais frequência e trazer muitas promoções e dicas de leituras.



Hoje venho apresentar o INTRÍNSECOS, este é o clube de livros da Intrínseca. Para aqueles que assinarem hoje, além do livro e dos brindes da primeira caixa irão receber essa linda ecobag -->



Como funciona? Todo mês os assinantes receberão um livro com design exclusivo em capa dura, que será sempre um livro ainda inédito no Brasil e chegará para os Intrínsecos 45 dias antes do lançamento nas livrarias. Além do exemplar, a caixa terá uma revista com conteúdo exclusivo que complementará a experiência da leitura, um marcador de página e um brinde relacionado ao livro do mês.


Informações muito importantes:

- Quem assinar até o dia 21/08 vai ganhar como brinde adicional uma ecobag do Intrínsecos! (foto)
- O plano mensal custa R$54,90 por mês e o plano anual custa R$49,90 por mês.
- O frete é R$10 para qualquer lugar do país.
- Somente livros inéditos no Brasil entrarão na caixa, então não existe chance da pessoa já ter o título.
- A edição da caixa é diferente da que será vendida nas livrarias.
- As capas serão lisas e coloridas, com os nomes dos livros nas lombadas e com fitilho para marcar a página.
- Não é possível escolher o gênero ou trocar o livro, a ideia é uma experiência de leitura de diferentes tipos de história.

Mais informações: http://bit.ly/Intrinsecos

17 agosto 2018

Por dentro da tela: Mentes Sombrias

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Título original:  The Darkest Minds
Distribuidor: Fox Film do Brasil
Ano de produção: 2018




Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Entre elas está Ruby (Amandla Stenberg), que precisa se esconder entre as crianças sobreviventes devido ao poder que possui.




Classificação:       







Mentes Sombrias foi um dos últimos livros que solicitei para a Intrínseca e pouco depois recebi o convite para a pré-estreia, então acabei assistindo ao filme sem antes ter feito a leitura e *caramba* que filme maravilhoso. Ainda essa semana vou iniciar a leitura para ver se os quesitos adaptação e fidelidade ao livro se aplicam, mas já adianto que avaliando apenas o filme, a produção me conquistou.

Tudo começa quando uma doença está assolando a América e a maioria das crianças está morrendo, dentre as sobreviventes está Ruby Daily que ao completar dez anos é retirada de sua família e levada a um dos campos de custódia. Em sua admissão o médico explica que há uma hierarquia de poderes: verdes, azuis, dourados, vermelhos e laranjas, e que os dois últimos seriam exterminados por segurança. Em sua avaliação, Ruby percebe qual é sua classificação e faz com que o médico a coloque no sistema como verde. Seis anos se passam e em um dos testes que são feitos, descobrem que na verdade Ruby é laranja e com ajuda a jovem consegue escapar do campo e é apresentada para a Liga, um grupo que ajuda as crianças saírem dos campos e serem treinadas para combater o sistema. 

No caminho, há a interação entre Ruby e Zu, e a garotinha recolhe a protagonista em seu carro sem avisar seus companheiros de viagem, Chubs e Liam. Agora os quatro precisam fugir dos rastreadores, da Liga e do governo que querem os aprisionar novamente, e partem em busca de um local que é considerado o refúgio das crianças e adolescentes especiais.

O filme me conquistou em tudo, as atuações são ótimas, a história é bem desenvolvida e conta com cenas engraçadas, mas a maior parte são cenas de ação que foram bem trabalhadas e com efeitos surpreendentes. Os personagens são desenvolvidos e mostram crescimento durante a trama, as músicas são perfeitas e o final me deixou sem palavras. Sem dúvidas, é um filme indicado para aqueles que curtem distopia e histórias marcantes. 






15 agosto 2018

Resenha: Uma certa crueldade - Sophie Hannah

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Editora: Rocco
Ano: 2018
Páginas: 464
Tradutor: Alexandre Martins

Cinco palavras-chave percorrem o novo romance da britânica Sophie Hannah ligando as diversas camadas e tramas paralelas da história, que traz de volta o casal de detetives Simon e Charlie, de A vítima perfeita e A outra casa. Dona de uma obra respeitada e de um estilo sofisticado, a autora apresenta um suspense policial que não se resume a buscar a solução do crime. Tão importante quanto solucioná-lo é investigar as características psicológicas e emocionais de seus personagens. No caso de Uma certa crueldade, a premissa é levada, de fato, para o divã. É no consultório de uma hipnoterapeuta que as histórias de Amber Hewerdine e da policial Charlie se cruzam. A primeira perdeu sua melhor amiga num incêndio e, desde então, sofre de insônia e ansiedade; já Charlie deseja parar de fumar. Num esbarrão na sala de espera, Amber lê, por acaso, no caderno da investigadora: “Gentil, Cruel, Meio que Cruel.” Pouco depois, sob hipnose, se ouve repetindo essas mesmas palavras aparentemente sem sentido, mas cruciais para a polícia na investigação de dois incêndios criminosos.


Classificação:       



"Se algo acontece uma vez podemos não prestar muita atenção. Se acontece duas vezes ou mais, começamos a identificar um padrão. A psique humana adora tanto os padrões que faz de tudo para encontrá-los sempre que pode, até mesmo os vendo onde não há nenhum." Página 218


Uma certa crueldade foi lançado em abril pela Editora Rocco e é de autoria de Sophie Hannah, apesar de adorar thrillers e livros de investigação policial nunca havia lido nada da autora e me arrependo amargamente por isso, afinal, essa obra é genial. Não demorei muito a escolher esse livro para avaliação dentre os lançamentos e agora estou ansiosa para ler as outras duas obras da autora que também foram publicadas pela Rocco: A vítima perfeita e A outra casa. 

Como nos é apresentado já na sinopse, o livro começa quando Amber Hewerdine decide ir a uma consulta com uma hipnoterapeuta para tentar curar sua insônia, porém como Ginny ainda não chegou ao consultório há uma interação entre Amber e Charlie, uma mulher que deseja parar de fumar e que acaba dando seu horário para Amber poder se consultar e chegar no horário certo para pegar Nonie e Dinah na escola. Durante a hipnose, Amber fala as palavras Cruel, Gentil e Meio que Cruel, sem saber do que se trata começa a fazer uma busca em suas lembranças e percebe que a mulher que encontrara mais cedo é a chave para o mistério. Porém Amber acaba se tornando a única suspeita de um assassinato, já que estas palavras foram encontradas em uma cena de crime. 

Apesar de ser suspeita, um dos policiais acredita em Amber e começam uma investigação paralela para desvendar o que aconteceu. Quanto mais descobrem, mais Amber tem certeza de que a mesma pessoa matou Katharine Allen e Sharon Lendrim, mãe de Dinah e Nonie, e melhor amiga de Amber. Com uma trama intensa, Sophie Hannah prende a atenção do leitor do início ao final do livro e faz com que diversas teorias para a ligação entre estes dois crimes sejam avaliadas, porém nada é o que parece e as pistas são apresentadas aos leitores em doses homeopáticas e que culminam em uma trama bem elaborada e inacreditável. 



"Não contei a Simon porque não há motivos sólidos para pensar que haja alguma ligação entre Little Orchard e qualquer assassinato, o de Katharine Allen ou o de Sharon. Uma conexão em minha mente não é a mesma coisa que uma conexão no mundo real." Página 251


Como vocês já devem ter percebido, sou a louca dos thrillers e acabo lendo muitos mesmo, mas Sophie Hannah conquistou um lugar na minha estante e no coração. Este é um livro fenomenal, sério, e já li muitos livros deste gênero e não foram muitos os que prenderam a minha atenção tanto quanto Uma certa crueldade. A história, a escrita, os personagens e o trabalho editorial foram bem elaborados e me conquistaram logo no início da obra. A história é bem amarrada e tudo começa a fazer sentido apenas no final da leitura, os personagens são bem descritos e extremamente comuns, tornando a leitura ainda mais verossímil. 

Com relação a edição não tenho ressalvas também, a capa está bem trabalhada e combina com o que será exposto no livro. A diagramação é simples, os capítulos são divididos em datas que facilitam o entendimento dos fatos e a revisão está ótima. Uma certa crueldade é um livro indispensável para aqueles, assim como eu, são apaixonados por investigações policiais. 



"- Algumas verdades não são nem de longe tão ruins quanto você acha que são.
Isso faz com que me sinta bem por alguns segundos. Até ele dizer:
- Outras são piores." Página 416


14 agosto 2018

Resenha: Um ano solitário - Alice Oseman

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Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2018
Páginas: 384
Tradutor: Carolina Caires Coelho


Estreia da jovem Alice Oseman na literatura Young Adult, Um ano solitário foi chamado de “O apanhador no campo de centeio da era digital” pelo jornal The Times. Cativante e genuíno, o romance acompanha a transformação de Tori Spring de uma adolescente apática em alguém que precisa deixar sua zona de conforto para trás. Tirando o blog onde escreve sobre seu pessimismo crônico e o irmão Charlie, que se recupera de um problema que o levou a tentar o suicídio, Tori se mantém indiferente ao resto do universo – incluindo o colégio, sua melhor amiga, garotos, filmes, livros, seus pais. E permanece alheia quando Michael Holden, novo na escola, tenta convencê-la a investigar um misterioso site chamado Solitaire, que tem causado algumas confusões no colégio. Tori mal percebe o esforço de Michael e de um outro amigo para se aproximarem dela. Mas quando as brincadeiras e jogos promovidos pelo grupo virtual começam a ficar estranhamente perigosos, a garota precisa dar um passo que pode mudar sua vida – e a maneira como vê o mundo e se relaciona com as pessoas – para sempre.


Classificação:      


"Sei que não deveria me surpreender. Conheço Michael há menos de três semanas. Mas minha percepção em relação às pessoas raramente muda e, quando muda, nunca é tão drástica. É esquisito que vejamos alguém que sorri o tempo todo, assim presumimos que essa pessoa seja feliz o tempo todo. É esquisito que uma pessoa seja legal com você e então você já pensa que ela é uma "boa pessoa" de modo geral. Não sabia que Michael podia ser tão sério a respeito de algo, nem ficar tão irado. É como ver seu pai chorar. 
Mas o que mais me assusta é que nenhuma pessoa, nesse mar de gente, pareça notar." Página 211



Um ano solitário foi lançado em abril pela Editora Rocco e é de autoria de Alice Oseman. Este foi um dos lançamentos do mês que acabou chamando a minha atenção e solicitei mais pela identificação com a personagem por causa do blog, além da sinopse me deixar bastante curiosa pela leitura.

Logo no primeiro capítulo somos apresentados à Tori Spring, uma jovem introvertida e que apesar de ter alguns amigos, vive em seu próprio mundinho. A garota tenta se manter forte pelo irmão, Charlie, que há pouco tempo tentou suicídio, porém se esconde por trás de seu blog e um comportamento autodestrutivo. Quando um velho amigo de infância volta a estudar em seu colégio, um novo aluno também chama a atenção de Tori, então ambos tentam ajudá-la a aproveitar melhor a vida. Porém  a garota se vê conectada com um blog que surgiu recentemente no colégio, o Solitaire, e é uma das estudantes designadas a descobrir quem está por trás das publicações para que a direção da escola consiga conter a reação dos alunos, que acabaram idolatrando o blog e estão começando a ficar descontrolados.

Tori e Michael começam uma investigação paralela para descobrir quem é o criador do Solitaire, porém com o passar do tempo as brincadeiras começam a ficar cada vez mais perigosas e algumas pessoas se machucam. Tori começa a perceber que o blog está, de alguma forma, ligado à ela e isso pode ser perigoso para ela e as pessoas com que se importa. 



"Não quero que as pessoas se preocupem comigo. Não tem nada com o que se preocupar. Não quero que as pessoas tentem entender por que estou como estou, porque eu deveria ser a primeira pessoa a entender isso. E eu ainda não entendo. Não quero que as pessoas interfiram. Não quero as pessoas na minha cabeça, falando disso e daquilo, sempre mexendo nos pequenos fragmentos de mim." Página 263



Este é um livro Young Adult que prendeu minha atenção pelo fato de tratar assuntos como suicídio, traumas e até mesmo "sair da zona de conforto" de forma a fazer com que o leitor se coloque no lugar dos personagens e como seria enfrentar tudo o que eles estão passando. A história criada por Alice Oseman é interessante e trata de assuntos complicados, mas com naturalidade e bastante cuidado em suas palavras. Tori é uma garota normal e poderia ser uma amiga, irmã ou até mesmo o próprio leitor e isso faz com que o livro seja ainda melhor. 

Confesso que além da sinopse, a capa foi essencial para que eu solicitasse a obra para avaliação, já que achei linda. A diagramação está ótima, o livro é dividido em duas partes e os capítulos são narrados em primeira pessoa, por Tori, dando ao leitor maior proximidade com a protagonista. A revisão está ótima, e que combinado com a escrita de Alice Oseman, torna a leitura fluida e sem igual. Sem dúvidas é um livro indicado para aqueles que gostam de obras que abordam temas considerados tabus, mas de forma extremamente respeitosa. 




"Ninguém é sincero, ninguém fala a verdade. Não se pode confiar em ninguém nem em nada. As emoções são a doença fatal da humanidade. E estamos todos morrendo." Página 338