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24 outubro 2018

Resenha: Mentes Sombrias - Alexandra Bracken

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Editora: Intrínseca
Ano: 2018
Páginas: 384
Tradutor: Viviane Diniz

Do dia para a noite, crianças começam a morrer de um misterioso mal súbito. Em pouco tempo, a doença se espalha e os que sobrevivem a ela desenvolvem habilidades psíquicas assustadoras.

Uma delas é Ruby. Na manhã do seu décimo aniversário, um acontecimento aterrador faz com que seus pais a tranquem na garagem e chamem a polícia. A menina é então levada para Thurmond, um acampamento que segue as diretrizes brutais do governo vigente.

Seis anos depois, ela se torna uma das jovens mais perigosas de Thurmond, embora tenha que esconder isso a todo custo para a própria segurança. Quando a verdade vem à tona, Ruby desperta o interesse de muitas pessoas e precisa escapar às pressas. Fora dali, ela se alia a fugitivos de outros acampamentos e conhece Liam, que lidera uma fuga em direção ao único refúgio para adolescentes como eles. Por mais que queira fazer amigos e ter uma vida normal, Ruby sabe que isso não vai ser possível, porque nenhum lugar é seguro, e ela não pode confiar em ninguém - nem em si mesma.

Classificação:       




"E a lista secreta de sintomas, no papel laranja que os professores dobraram e grampearam antes de enviar para os pais, que foi exibida centenas de vezes no noticiário, recitada enquanto o rosto das vítimas passava na tela? Aquilo era medo. Não pelas crianças que corriam risco de vida, ou pelo vazio que as muitas vítimas já deixaram.
Era medo de nós... Os que sobreviveram." Página 13


Mentes Sombrias foi uma das solicitações que fiz por impulso para a avaliação, já que estava interessada na história e a adaptação estava para ser lançada, então não hesitei em fazer o pedido para a Intrínseca e a leitura foi uma grande surpresa. Acabei conferindo o filme antes de terminar a leitura e isso só me deixou ainda mais apaixonada pela história criada por Alexandra Bracken.

Neste livro conhecemos Ruby Daly, uma garotinha que aos dez anos de idade foi retirada de casa e levada para Thurmond, um dos campos de concentração para os jovens Psi. Uma doença assolou os EUA e atingiu apenas as crianças, a maioria faleceu, algumas, porém, desenvolveram poderes e foram classificadas de acordo com as suas habilidades. Em uma avaliação, Ruby descobriu que era uma laranja (considerada bastante perigosa pelo governo), porém deu um jeito e fez com que o médico que a examinou a classificasse como verde. Seis anos se passaram e a vida de Ruby é ameaçada porque descobriram que a garota é bem mais letal do que aparenta. Com ajuda de Cate, a jovem consegue sair de Thurmond, porém tarde demais ela descobre que a mulher que a ajudou faz parte da Liga das Crianças, um grupo de resistência que transforma as crianças em soldados. 

Ao despistar a Liga, Ruby conhece uma garotinha amarela e seus amigos, Liam e Bolota. Depois de algum tempo os garotos a acolhem e partem em busca do acampamento do Fugitivo, um local em que poderão viver em paz, conforme souberam por outras crianças psi. A cada capítulo o leitor mergulha na jornada de Ruby e seus amigos, torcendo para que as crianças consigam encontrar um lugar que possam viver sem ter medo de serem atacados a cada minuto. 


"Não foi a tristeza que me impulsionou, nem mesmo qualquer tipo de autopiedade. Era puro ódio borbulhando no meu âmago. Eu achava que Clancy poderia me ajudar a conquistar minha vida de volta, mas descobri que nada daquilo ia ser suficiente. Eu precisava dele para me ajudar a proteger meu futuro." Páginas 286 e 287


Quando fiz a solicitação para a Intrínseca não acreditei que iria gostar tanto do livro e apesar de ver a adaptação antes de iniciar a leitura, a obra me conquistou a cada capítulo e se tornou um dos favoritos de 2018. A luta das crianças pela sobrevivência é algo que afeta o leitor de formas diversas e a história criada por Alexandra Bracken é maravilhosa, não vejo a hora da continuação. Ruby é uma protagonista forte, que consegue superar as adversidades e ao longo de sua vida é obrigada a tomar decisões que afetam as pessoas ao seu lado, mas mesmo assim se mantem objetiva e consistente em seu caminho. Liam, Bolota e Zu são fenomenais e ao mesmo tempo que lutam para sobreviver, conseguem manter sua essência e os melhores diálogos são entre eles. 

A capa nos apresenta um pouco da história e sobre como o mundo está após a doença, o exemplar que recebi tinha também uma referência ao filme, o que gostei bastante. A diagramação é simples, capítulos bem divididos e a revisão está boa, tornando a leitura ainda mais emocionante. Com certeza Mentes Sombrias é indicado para todos os leitores, assim como a adaptação que já foi resenhada no blog. 


"Mentes sombrias tendem a se esconder por trás de rostos improváveis." Página 358


11 outubro 2018

Resenha: Caça ao Tesouro - Sara Shepard

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Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2015
Páginas: 272
Tradutor: Joana Faro

No quarto livro da eletrizante série The Lying Game, da mesma autora de Pretty Little Liars, Sara Shepard, Emma Mercer segue buscando respostas para o assassinato de Sutton, sua recém-descoberta irmã gêmea, que não era exatamente uma garota legal e que fizera vários inimigos tramando trotes cruéis como o Jogo da Mentira. À medida que tenta desvendar o crime, ocupando o lugar da irmã após a morte de Sutton, Emma se depara com segredos que fazem com que a imagem de família perfeita formada pelos Mercer desmorone. Cada vez mais próxima de solucionar o mistério, o disfarce de Emma está próximo de ser desvendado. Até quando ela poderá se passar pela irmã Sutton?




Classificação:    




"De meu novo ponto de vista elevado, eu não me sentia muito bem ao ver como minhas amigas e eu tratávamos as pessoas e umas às outras. Será que as coisas teriam sido diferentes, que eu teria sido diferente, se Emma fizesse parte de minha vida antes de eu morrer? Será que ela despertaria um lado melhor e mais gentil em mim? Ou conviver comigo a teria tornado tão cruel quanto eu?" Página 63


Caça ao Tesouro é o quarto volume da série The Lying Game, escrita por Sara Shepard e lançada no Brasil pela Editora Rocco. Iniciei a leitura logo após concluir a de Duas verdades e uma mentira, já que o final de um livro deixa muitas perguntas para o próximo e um suspeito sobe na lista de Emma, o livro anterior conseguiu descartar uma pessoa do passado da Sutton, porém em Caça ao Tesouro duas pessoas da família de Sutton são as principais suspeitas do assassinato da irmã gêmea de Emma.

Com a volta de Thayer Vega, os ânimos na escola Hollier estão exaltados e se isso não fosse o bastante para agitar os adolescentes, Emma assume o namoro com Ethan Landry causando uma mudança na reputação da irmã. Laurel, irmã mais nova de Sutton, ainda não conseguiu deixar de lado o ciúme que sente de Sutton por causa de seu relacionamento com Thayer e está empenhada em tornar a vida de Emma um inferno. Um grupo de calouras apelidadas carinhosamente por As Cafajestes, começa a fazer trotes na Hollier, deixando as garotas do Jogo da Mentira em apuros, causando ainda mais problemas para Emma além de ter de investigar o assassinato da irmã. 

A leitura de Caça ao Tesouro é fluida e faz com que o leitor mergulhe a fundo na vida de Sutton e Emma, que agora são confrontadas com o passado sombrio de sua família. Nos primeiros livros os suspeitos de Emma eram aleatórios, agora, por outro lado, a família da irmã está envolvida e isso torna a investigação dolorosa para ambas, já que em alguns capítulos a autora mostra a visão de Sutton observando os passos da irmã. Sou suspeita em falar, já que amo essa história, mas esse foi um dos melhores livros de The Lying Game que li até agora e estou ansiosa para começar o próximo livro. A capa está linda e mantém o padrão da série, a revisão deixou passar alguns errinhos, mas nada que prejudique a leitura, a diagramação está ótima, os capítulos são curtos e divididos entre a história de Emma e as lembranças de Sutton, o que torna a leitura ainda melhor. 



"Agitei meus braços inúteis, desejando poder puxar Emma para um lugar seguro. Tudo o que conseguia ver era a lembrança que acabara de recuperar. Aquele cânion escuro e assustador. Aquela mensagem aparecendo em meu telefone."Página 74

09 outubro 2018

Resenha: Volta para casa - Harlan Coben

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Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 304
Tradutor: Marcelo Mendes

Dez anos atrás, dois meninos de 6 anos foram sequestrados enquanto brincavam na casa de um deles, uma mansão em um bairro elegante de Nova Jersey. Mas, após o pedido de resgate, as famílias nunca mais tiveram notícias dos sequestradores nem de seus filhos. 

Agora, Myron Bolitar e seu amigo Win acreditam ter localizado um deles, o adolescente Patrick, e farão de tudo para resgatá-lo e obter as respostas pelas quais todos anseiam:

O que aconteceu no dia em que foram raptados?

Onde ele esteve durante todo esse tempo?

E, o mais importante, onde está Rhys, seu amigo ainda desaparecido?

Após cinco anos sem escrever nenhum livro da série Myron Bolitar, Harlan Coben brinda os leitores com Volta Para Casa, um suspense explosivo, como só o seu talento pode criar. Um thriller profundamente comovente sobre amizade, família e o verdadeiro significado de lar.

Classificação:      



"– Nesse caso... que tal tirarmos o elefante da sala?
– Do que você está falando?
– Você deve estar se perguntando como consigo entrar diariamente nesta cozinha e passar pelo local
onde Rhys foi sequestrado. Se eu bloqueio a memória, se eu choro... Um pouco das duas coisas, eu acho. Mas, de modo geral, gosto de lembrar. Entro nesta cozinha e a lembrança me faz companhia. Preciso dela. Volta e meia alguém me pergunta por que não me mudei desta casa. As pessoas não entendem como é possível conviver com tanta dor. Vou lhe dizer por quê. Porque a dor é melhor. Porque viver a dor é melhor do que dar meu filho como morto e tocar o barco adiante. Não há mãe que faça isso, que desista de encontrar um filho desaparecido. Com a dor eu consigo conviver; com a derrota, não. Entendeu agora?"


Volta para Casa é o 11 livro da série Myron Bolitar, escrita por Harlan Coben e lançada no Brasil pela Editora Arqueiro. Quando solicitei a obra para avaliação não prestei atenção sobre o livro ser integrante de uma série, porém apesar de alguns detalhes sobre os livros anteriores, consegui absorver bem a história e não ficar tão perdida quanto imaginei que ficaria.

Neste volume, Myron Bolitar segue algumas pistas sobre o desaparecimento de Rhys Baldwin e Patrick Moore. Os garotos foram sequestrados da casa de Rhys, aos seis anos, há dez anos. Win, primo de Rhys, recebe uma pista sobre o paradeiro dos garotos e descobre que o menino, agora com 16 anos, pode ser encontrado em uma área de prostituição em Londres. Apesar de um dos garotos fugir logo que Win chegou, uma pista ligando os jovens a um criminoso local faz com que os dois homens travem uma batalha para levar os garotos para casa e em segurança. Após descobrir o local em que o homem conhecido como Fat Gandhi opera, conseguem resgatar apenas Patrick, ferido. 


Apesar de trazer o garoto para casa, ainda Rhys está desaparecido e Win e Myron buscam respostas sobre o que aconteceu há dez anos. Porém os pais de Patrick não estão muito empenhados nesta busca, fazendo com que os homens recorram à ajuda de pessoas não ligadas às famílias para então ter um encerramento sobre o que aconteceu aos dois meninos enquanto brincavam na casa de Rhys.

Volta para casa é um thriller envolvente, que prende o leitor do início ao fim. Harlan Coben é um mestre em enganar os leitores e assim como nos outros livros do autor que já tive a oportunidade de conhecer, neste sabemos o que realmente aconteceu nas últimas páginas. A cada capítulo a história fica mais eletrizante e me deixou abismada com o desfecho. Pretendo ler os livros anteriores da série Myron Bolitar, já que o protagonista me cativou logo no início da leitura. Sobre a edição só tenho elogios, a capa é interessante e combina muito com a história. A diagramação é simples, a revisão está boa e os capítulos são alternados entre os personagens para deixar a trama ainda mais complexa, dando visões diferentes para o leitor interpretar e tirar suas próprias conclusões. Sem dúvidas é um livro indicadíssimo para quem gosta de thrillers. 



"Na medida do possível, Brooke, Chick e Clark Baldwin vão bem. Myron costuma dizer que mesmo a verdade mais indigesta é preferível à mais palatável das mentiras. Não sei se isso se aplica a tudo e a todos, mas certamente se aplica ao caso em questão. Eles agora sabem."

08 outubro 2018

Resenha: A irmã da pérola - Lucinda Riley (As Sete Irmãs #4)

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Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 528

Em A Irmã da pérola, quarto volume da série As Sete Irmãs, duas jovens de séculos diferentes têm seus destinos cruzados numa emocionante história sobre amor, arte e superação.
Ceci D’Aplièse sempre se sentiu um peixe fora d’água. Após a morte do pai adotivo e o distanciamento de sua adorada irmã Estrela, ela de repente se percebe mais sozinha do que nunca. Depois de abandonar a faculdade, decide deixar sua vida sem sentido em Londres e desvendar o mistério por trás de suas origens. As únicas pistas que tem são uma fotografia em preto e branco e o nome de uma das primeiras exploradoras da Austrália, que viveu no país mais de um século antes.
A caminho de Sydney, Ceci faz uma parada no único local em que já se sentiu verdadeiramente em paz consigo mesma: as deslumbrantes praias de Krabi, na Tailândia. Lá, em meio aos mochileiros e aos festejos de fim de ano, conhece o misterioso Ace, um homem tão solitário quanto ela e o primeiro de muitos novos amigos que irão ajudá-la em sua jornada.
Ao chegar às escaldantes planícies australianas, algo dentro de Ceci responde à energia do local. À medida que chega mais perto de descobrir a verdade sobre seus antepassados, ela começa a perceber que afinal talvez seja possível encontrar nesse continente desconhecido aquilo que sempre procurou sem sucesso: a sensação de pertencer a algum lugar.


Classificação:      



"Perto do Cinturão de Órion, vi a constelação das Sete Irmãs. Quando Pa me mostrou minha estrela no telescópio pela primeira vez, logo percebeu que fiquei decepcionada. Era a menos brilhante, o que praticamente já explicava tudo, e minha história mitológica parecia vaga. Ainda tão jovem, eu queria ser a maior estrela, a mais brilhante, com a melhor história de todas.

- Ceci - disse ele, pegando minhas pequenas mãos, - você está aqui na Terra para escrever sua própria história. E eu sei que vai conseguir." Página 25


A Irmã da Pérola é o quarto livro da série As Sete Irmãs, escrita por Lucinda Riley e lançada no Brasil pela Editora Arqueiro. Confesso que o primeiro livro pedi por impulso, mas a cada volume me apaixono mais pela história das seis irmãs adotadas por Pa Salt e que após a morte de seu pai são levadas a confrontar seus passados e descobrir suas origens.

Ceci 
D’Aplièse é a quarta irmã, chegou à Atlantis apenas seis meses após a chegada de Estrela e a ligação entre as duas fora imediata. Estrela sempre foi bastante tímida e encontrava em Ceci uma cúmplice e a irmã que a apoiava em tudo. Em A Irmã da Sombra, a separação entre as duas se iniciou porque Estrela queria encontrar seu lugar no mundo ao invés de sempre ficar à sombra da irmã mais nova, porém este distanciamento foi bem complicado para Ceci e agora ela decidiu ir atrás de sua história e também encontrar um lugar ao qual pertence. Ceci embarca em uma jornada de autodescoberta guiada apenas por uma fotografia antiga e um nome, Kitty Mercer, além de um advogado que foi o responsável por uma herança que ela recebeu de sua família biológica pouco depois da morte de Pa Salt. 

Apesar de sua origem ser na Austrália, Ceci decide ficar um tempo na Tailândia e lá faz amizade com Ace, um homem bastante recluso e que a ajuda quando ela precisou. Porém, ao chegar na Austrália, Ceci percebe que Ace estava escondendo um grande segredo e ela acabou sendo usada para que o homem fosse descoberto. Precisando lidar com as consequências de algo que não fez e  buscando informações sobre seu nascimento, Ceci conta com a ajuda de Chrissie - uma nova amiga - e um audiolivro que conseguiu comprar sobre a vida de Kitty, que se torna o principal meio de entender o passado e como isso definiu sua vida. 


"Mesmo que eu não tivesse pensado muito na relação que podia ter com Kitty antes de chegar ali, agora havia uma parte de mim que adoraria ter algum parentesco com ela. Não só por causa de sua coragem de ir para a Austrália, para início de conversa, mas também pela maneira como lidou com o que encontrou lá quando chegou. As experiências dela faziam meus próprios problemas parecerem insignificantes. Fazer o que ela fez na Broome de cem anos atrás exigia muita coragem. E ela seguiu seu coração, aonde quer que isso a tenha levado." Página 260


A Irmã da Pérola, assim como os anteriores, é fascinante e leva o leitor a acompanhar uma jornada de autoconhecimento e muita reflexão sobre os caminhos que a vida e o destino traçam antes mesmo de nascermos. Ceci é uma personagem apaixonante, e assim como Estrela teve que se adaptar a nova vida sozinha, o que acabou sendo bastante difícil para ambas. A história de Kitty McBride também é interessante, filha de um pastor ela tem a chance de ir para a Austrália como dama de companhia de uma das fiéis da igreja de seu pai, e lá forma uma vida. Casa-se, tem um filho e com a morte do marido assume um grande império de extração de pérolas, porém tudo isso às custas de seu verdadeiro amor. 

A edição mantém o padrão das anteriores, a capa é maravilhosa e combina muito com a história apresentada por Lucinda Riley. A diagramação é simples e a revisão está ótima, os capítulos são bem divididos e há a divisão entre passado e presente, que são apresentados em terceira pessoa e primeira pessoa, por Ceci, respectivamente. Sem dúvida indico a série para todos os leitores e estou ansiosíssima pela história de Tiggy, que tivemos uma prévia nas últimas páginas de A Irmã da Pérola para aguçar a curiosidade. 



"O fato é que as últimas semanas tinham sido as mais incríveis de toda a minha vida. O pensamento por si só era brega, mas era como se eu tivesse renascido. Como se todos os pedaços de mim que não se encaixavam na Europa tivessem sido tirados e reorganizados, de modo a formar um todo melhor. Assim como minha instalação de arte. Eu nunca consegui que ela fosse perfeita, mas enfim, eu mesma nunca seria. Porém, eu sabia que estava melhor, e isso era o suficiente." Página 407




07 outubro 2018

Resenha: Sem Escolha - Abbi Glines

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Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 224
Tradutor: Cássia Zanon

Está cada vez mais quente na cidade litorânea de Sea Breeze, e Marcus Hardy encontrou o abrigo perfeito para passar os próximos meses de calor: o frequentado apartamento de Cage York.

As garotas estão sempre entrando e saindo de lá, em sua maioria mulheres lindas que nunca ficam mais de uma noite. Quando Marcus chega, está apenas buscando curar seu coração ferido. Só que uma das frequentadoras mais assíduas da nova casa logo chama sua atenção.

Willow – ou apenas Low – é a mulher com quem Cage pretende se casar. Mas os dois são completamente diferentes, e Marcus não entende como ela pode lidar tão bem com a infidelidade de Cage.

No fundo, Low precisa mesmo é de um homem de verdade... bonito e sensível como Marcus. Porém, as coisas não são tão simples, e esse relacionamento vai se complicar de um dia para o outro, assim que um grande segredo for revelado.

Classificação:     



"Foi a ele que ela recorreu. Eu vinha em segundo lugar. De novo. Agora isso estava me destruindo. Sadie não havia me consumido assim. Eu não pertencia a ela. A Low, sim." Página 143


Sem Escolha é o segundo volume da série Sea Breeze, de autoria de Abbi Glines e lançado no Brasil pela Editora Arqueiro. Em Sem Fôlego fomos apresentados à história de Sadie e Jax, neste volume podemos ver como a vida de Marcus mudou após o verão trabalhando na casa de Jax Stone e como o romance entre ele e Sadie afetou a sua vida.

Apesar de ter ido para a faculdade, Marcus retorna a Sea Breeze porque sua família está passando por um período turbulento. Seu pai acabou se envolvendo com outra pessoa e sua mãe está bastante abalada. Buscando amenizar o sofrimento para a mãe e Amanda, sua irmã, Marcus retorna para a cidade litorânea e agora está morando no apartamento de Cage York, um mulherengo nato. Os dias estavam tranquilos até uma garota ruiva bater em sua porta procurando por Cage, tentando acalmá-la até o colega chegar, Marcus tenta descobrir quem é a garota misteriosa que parece ser bem próxima de Cage. 


Willow, ou Low para os íntimos, é uma garota que já sofreu bastante na vida. Cresceu com a irmã mais velha, abandonadas por todos que conhecem, Low desde pequena aprendeu a contar apenas com ela mesma e Cage, um amigo de infância. Ao fazer 18 anos, Tawny diz que Low só pode passar as noites dormindo em casa, caso fique de babá de Larissa - sua sobrinha - então nos dias que a irmã não precisa, Low é enxotada e recorre ao apartamento de Cage. Aos poucos, Low baixa a guarda e acaba se apaixonando por Marcus, mesmo que isso contrarie Cage, porém esse não é o pior dos seus problemas e tudo está prestes a ficar ainda mais complicado para o casal.

Sem Escolha é uma leitura rápida e fluida, os capítulos são envolventes e apesar de já ter desvendado o livro logo no começo, aproveitei bastante a leitura. Os protagonistas trazem uma carga emocional para a leitura, o que faz com que o leitor torça para que suas vidas fiquem um pouco mais fáceis. Marcus é um personagem que me irritou muitas vezes, ao contrário de Low que faz de tudo para superar as adversidades e manter-se forte. Cage é engraçado e até suas piores qualidades são justificadas, mesmo que não me agradem muito. Larissa é uma adição interessante à história e as cenas em que a garotinha aparece são as melhores, sem dúvidas. 

Com relação à edição não tenho ressalvas. A capa é parecida com a do primeiro livro, dando uma identidade visual para a série. Capítulos bem divididos, que alternam a história entre Low e Marcus, a revisão e a diagramação estão ótimas, o que contribui positivamente para a leitura. Gostei bastante da leitura e pretendo resgatar os livros da Abbi Glines que comprei por impulso em uma promoção e dar uma chance para a outra série da autora, Rosemary Beach




"As duas estavam ali, a salvo. Ia ficar tudo bem. Eu podia fazer aquilo. Eu podia manter aquela família unida. Faria tudo o que precisasse. Low iria me ajudar. Mamãe a adorava. Nós íamos vencer aquilo." Página 177