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11 janeiro 2018

Resenha: Bela Gratidão - Corey Ann Haydu

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Editora: Galera Record
Ano: 2017
Páginas: 432

Um romance sobre amadurecimento e a dureza de crescer em uma cultura que exige das mulheres nada menos que a perfeição. Corey Ann Haydu explora as complexidades da família, os limites do amor e quão duro é crescer em uma cultura que premia a beleza acima de qualquer outra coisa e cobra das mulheres nada menos que a perfeição. Uma leitura atual que dialoga direta e honestamente com a multiplicidade de questões enfrentadas por adolescentes e jovens no mundo todo – a confusão do primeiro amor, os dramas familiares e a construção da própria identidade no meio de toda essa loucura. O livro está cheio de personagens realistas, que tropeçam nos próprios medos e cometem erros com alguns dos quais é impossível não se identificar. Montana e sua irmã Arizona têm um pacto desde que a mãe as deixou: São elas duas contra todo o mundo. Com o pai sempre imerso em relacionamentos tóxicos e uma sucessão de madrastas essa foi a maneira que encontraram de seguir em frente. Mas agora que Arizona foi para a faculdade Montana se sente deixada pra trás e perdida, mergulhando em uma amizade vertiginosa e empolgante com a ousada Karissa. No meio disso tudo, Montana encontra uma distração em Bernardo. Resta saber se Montana têm a confiança necessária no que sentem um pelo outro para encaixar Bernardo na sua vida imperfeita.


Classificação:    


"Em vez disso, ela será a namorada número 857, e vou aprender sobre traição e se sou boa ou não em negação. Vou aprender rápido como algo pode ser tirado de mim, o que é uma lição sobre a qual tenho um vasto conhecimento, para ser sincera." Página 95


Bela Gratidão foi lançado no Brasil pela Galera Record e é de autoria de Corey Ann Haydu, seu primeiro livro  Um caso de amor e TOC foi publicado pela mesma editora em 2015. A sinopse de Bela Gratidão foi o que me chamou atenção para a leitura, justamente por tratar de um assunto bastante abordado ultimamente: a autoimagem. 

Montana é filha de um cirurgião plástico e desde pequena percebe o quanto o pai é escravo da beleza, não apenas por ser parte do seu trabalho, mas pelo fato de que todas as madrastas que a garota teve ao longo da vida - que não foram poucas - eram sempre "modificadas" por ele para que se tornassem mulheres perfeitas. Ao completar treze anos, Montana recebeu até um "vale cirurgia" que poderia utilizar assim que completasse dezoito anos. Arizona, sua irmã mais velha, também era extremamente contra a forma com que o pai vivia e desde pequenas as garotas perceberam que deveriam unir forças para enfrentar o que vinha pela frente desde o abandono da mãe. Porém tudo muda quando Arizona e Roxanne, sua melhor amiga, vão para a faculdade e Montana percebe que está sozinha, pouco depois seu pai se separa e apesar de ser contra essa rotação de esposas feita pelo pai, a garota começa a se questionar o motivo desse comportamento. Seus dias são preenchidos com a escola e as idas ao parque, em que ficava em um banco observando um garoto que sempre estava por lá também.

O mundo de Montana começa a ruir justamente com a volta de Arizona e Roxanne para as férias, já que há pouco tempo a protagonista encontrara uma nova amiga, Karissa, que a entendia e fazia algumas loucuras para sair da rotina. Por outro lado, Arizona fez o que prometeu jamais fazer: colocou silicone. E isso é um ponto importante para a mudança de Montana, que agora percebe o quanto a beleza é essencial até para a sua irmã que jurou nunca mexer em seu corpo para se adequar ao padrão. Bernardo, o garoto do parque, se aproxima de Montana e um relacionamento amoroso começa, além do garoto ajudar a protagonista a perceber quem ela era realmente, agora Montana começa a buscar respostas sobre sua criação, sobre as madrastas e sua vida em geral. 



"Lembrando das noites que saí com Karissa, dos dias no parque com Roxanne, do ano letivo que passei em uma nuvem de invisibilidade e amizades vagas, com Bernardo na cabeça e tentando não cair no sono no sofá de Natasha, é como se eu vivesse 75 vidas diferentes sem me sentir totalmente confortável em nenhuma delas. Arizona pisa firme na vida que quer, e aqui estou eu, mergulhando a ponta dos dedos do pé em todas as circunstâncias para ver se me encaixo em alguma delas." Página 128


Toda leitura que questiona os padrões de beleza impostos pela sociedade é extremamente válida. Um dos livros com essa temática que mais gostei foi Garota Perfeita, então é praticamente impossível não fazer uma comparação. Apesar do segundo ser um relato verídico, ele acabou me agradando bem mais do que Bela Gratidão, pois este acabou deixando toda a crítica social que está evidente na sinopse para segundo plano. 

Bela Gratidão acabou se concentrando mais na insatisfação de Montana com o novo relacionamento de seu pai do que com a sua busca pela aceitação pessoal. A descrição dos personagens foi bastante superficial, a história caminhava lentamente e terminou em lugar nenhum. Este livro tinha tudo para ser um dos meus favoritos, mas se perdeu no meio do caminho e me decepcionou. Sobre a edição não tenho reclamações, a diagramação e revisão estão ótimas e a capa é bonitinha - lembra até um pouco a capa da outra obra da autora (que já comecei a ler, mas abandonei nos primeiros capítulos). Pretendo ler Bela Gratidão mais para frente e ver se mudo de opinião sobre a leitura, o que já aconteceu com outras obras, mas nesta primeira leitura posso afirmar que esperava bem mais do que realmente ela foi. 


"E eu acho que é isso que ela quis dizer sobre esperança e o fato de eu senti-la. Porque esperança é espaço. É ter espaço para algo mesmo quando as coisas estão se amontoando umas nas outras e fica difícil se mover." Página 250


4 comentários:

  1. RAFA!
    Gosto quando o livro traz a temática familiar, mesmo que aqui seja uma família bem desestruturada.
    A pobre da Montana tem que lidar com sentimentos profundos de rejeição e ainda uma série de outros sentimentos que devem torná-la uma pessoa um tanto triste...
    Fiquei bem curiosa para ler, mesmo dizendo que tem alguns trechos arrastados e que as personagens não foram tão aprofundados.
    Novo Ano repleto de realizações!!
    “Que a paz, a saúde e o amor estejam presentes em todos os dias deste novo ano que se inicia. Feliz Ano Novo!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  2. Tava tão empolgada com o livro, interessada na história e na premissa do livro, a questão da autoimagem, e me decepcionei quando cheguei ao último paragrafo da sua resenha, que pena que a história se perdeu na metade e deixou de lado todo seu potencial.

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  3. Fiquei aqui com uma dúvida, você diz que a história meio q se perdeu... não será porque o livro é grande?
    Tipo, mais de 400 página é um livro grande pra mim...

    E também não seria a primeira vez q vi uma história imensa acabar se perdendo... Só acho


    Eu não curti muito a capa depois q li a resenha, sei lá, tive mais a impressão que a capa serviria para um livro que contasse casos ou superação de uma mulher feita e não uma adolescente, mas pode ser só impressão mesmo
    ^^"

    bjs e até

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  4. Eu tava muito ansiosa e ler esse livro mas perdi toda minha pulsação no processo de leitura eu achei ele dramático e muitas vezes previsível em vários pontos apesar de ser massa a ideia dele da auto-imagem que a pessoa cria dela mesma na frente de outras pessoas

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