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07 abril 2020

Resenha: Serpentário - Felipe Castilho

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Editora: Intrínseca
Ano: 2019
Páginas: 368

    
 
Todo ano, Caroline, Mariana e Hélio costumavam deixar a capital paulista para encontrar Paulo, um jovem habituado à simples vida caiçara. No entanto, a amizade construída nas areias do litoral sofreu abalos sísmicos no Réveillon de 1999, quando algo tão inquietante quanto o bug do milênio abriu caminho para uma misteriosa ilha que despontava no horizonte, e explorá-la talvez não tenha sido a melhor decisão.

Sobreviver à Ilha das Cobras tem um preço. O arquipélago é um ambiente hostil, tomado por víboras, e esconde segredos tão perturbadores quanto seus habitantes. Mais do que um equívoco darwiniano ou uma lenda popular, a ilha praticamente destruiu a vida deles. Entre memórias e fatos fragmentados, o que aconteceu naquela fatídica noite se tornou um mistério. Mas de algumas coisas eles se lembram perfeitamente: uma enorme e ameaçadora serpente, além de uma pessoa sendo entregue ao ninho da víbora, um sacrifício sem chance de recusa.

Anos depois, Caroline é confrontada com um de seus piores pesadelos: a pessoa que eles abandonaram está viva. Um fantasma do passado que surge para fazer suas certezas caírem por terra. Então, ela decide reunir os amigos para entender o que aconteceu. E talvez o encontro seja parte de algo maior... e maligno. Em Serpentário, Felipe Castilho mostra todo o seu talento ao mesclar referências do folclore e da mitologia a elementos da cultura pop, da ficção científica e do horror.





"Caroline se lembrou do pensamento que lhe ocorrera há pouco, em que considerou ter a mente afetada pela serpente, da mesma forma que Hélio tivera o corpo. Se antes estava imaginando qual parte de Mariana fora atingida, agora tinha certeza de que havia sido seu espírito." Página 82


Serpentário é o segundo livro do autor Felipe Castilho e foi lançado pela Editora Intrínseca em 2019. Seu primeiro título publicado pela editora é Ordem Vermelha, lançado em 2017. Ambas as publicações mesclam os gêneros fantasia, horror e ficção científica e em Serpentário tive meu primeiro contato com a escrita do autor e me surpreendi já que a história é envolvente e faz com que o leitor queira descobrir todos os segredos que os três amigos guardam depois do fatídico Réveillon de 1999. 

Caroline, Mariana, Hélio e Paulo são amigos que se encontram todos os anos na região litorânea de São Paulo, mais precisamente na Barra do Sahy. Os três primeiros têm uma vida confortável o resto do ano, já Paulo mora no litoral e acompanhado de sua mãe trabalham na casa de um casal idoso. Após uma tempestade o cachorro de Carol desaparece e os quatro começam a busca por Manson. A única pista que tiveram foi de um homem na praia que garantiu que havia visto alguém levando um cachorro para a Ilha das Cobras, então os amigos partem para a ilha mesmo que sem coragem para encarar o que acreditam esperá-los por lá. 

Anos depois, Carol e os amigos que sobreviveram são confrontados pelo seu passado. Após a morte da mãe, Caroline decide voltar para a Barra do Sahy e confrontar suas lembranças do Réveillon de 1999, seus amigos duvidam que ela viu o amigo que foi deixado para trás, porém depois de se encontrarem as lembranças da noite de ano novo começam a ficar mais definidas e os amigos buscam respostas para o quê pode ter acontecido na Ilha das Cobras e como o amigo deixado para trás conseguiu sobreviver. 

Serpentário é um livro excelente em todos os aspectos, a parte visual é maravilhosa, a lateral do livro é verde, as páginas em destaque têm a cor mais escura do que as outras, as primeiras páginas são pretas e a capa é excepcional. O livro é narrado em terceira pessoa e mescla o passado e o presente dos quatro amigos, além de narrar uma história paralela sobre o início do mistério da Ilha das Cobras, dando ao leitor mais profundidade na leitura e conhecimento da história. O autor criou um mundo sombrio em que a protagonista e seus amigos são jogados sem o menor aviso e são obrigados a fazer escolhas difíceis para garantir a sua sobrevivência. Sem dúvida é um livro indicado para todos os que curtem os gêneros que o autor mescla em Serpentário e tenho certeza de que terão uma excelente leitura assim como eu tive.



"Caroline assentiu. Voltar para o lugar onde tudo fora perdido havia literalmente aberto velhas feridas." Página 302


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