Ano: 2019
Páginas: 320
Tradutor: Ana Guadalupe
Aos 15 anos, Will conhece intimamente a violência. Ela está à espreita no dia a dia de seu bairro, nos avisos para que não volte tarde para casa, nos sussurros dos vizinhos sobre mais uma pessoa que foi morta. Dessa vez, os sussurros são sobre seu irmão mais velho. Shawn foi assassinado na rua onde a família mora.
Contado do ponto de vista de Will, Daqui pra baixo é uma narrativa ágil que se passa em pouco mais de um minuto — o tempo que o elevador do prédio leva para chegar ao térreo. Esse é o tempo que Will tem para descobrir se vai seguir as regras de sua comunidade ou se é possível não perpetuar o ciclo de violência.
A regra número 1 é não chorar. A número 2, nunca dedurar alguém. A terceira, a crucial: se fazem algo com você ou com os seus, é preciso se vingar. A curta trajetória do elevador é ritmada pelas paradas em cada andar e por aqueles que aos poucos ocupam a cabine e os pensamentos de Will. Cada rosto tem uma história de vida e de morte. Will, em questão de segundos, vai definir a dele.
Originalmente escrito em prosa, depois em verso, Daqui pra baixo faz a emoção — a confusão, a revolta, o medo — de um garoto armado que sai para vingar o irmão crescer também no peito de quem lê. Um livro impossível de ignorar.
"SÓ MAIS UMA COISA SOBRE AS REGRAS
As Regras nunca devem ser quebradas.
As Regras são feitas para gente quebrada
seguir."
Página 43
Daqui para baixo é o livro de Jason Reynolds, lançado inicialmente em junho de 2019 para os assinantes do Clube Intrínsecos, e na versão para as livrarias foi lançado apenas em agosto, com a capa que está nesta postagem. Como assinei o clube apenas em setembro, não recebi o livro em capa dura, e confesso que em mais de um mês fiquei interessada em solicitar o livro para resenha, porém acabei solicitando outros exemplares. No início desse ano, como não haviam muitos lançamentos que não tivesse - por conta de assinar o Intrínsecos - decidi fazer a leitura de Daqui pra baixo e me arrependi de ter demorado tanto.
Um dos pontos que me deixaram reticente quanto a leitura foi o fato de o livro ser em versos, mas confesso que quando fiz a solicitação havia esquecido desse detalhe e imaginem a minha surpresa quando peguei a obra para a leitura. Não sou acostumada com livros contados em versos e prosa, porém a história criada por Jason Reynolds é tão envolvente que não vi o tempo passar e em pouco mais de uma hora já havia terminado a leitura.
Um dos pontos que me deixaram reticente quanto a leitura foi o fato de o livro ser em versos, mas confesso que quando fiz a solicitação havia esquecido desse detalhe e imaginem a minha surpresa quando peguei a obra para a leitura. Não sou acostumada com livros contados em versos e prosa, porém a história criada por Jason Reynolds é tão envolvente que não vi o tempo passar e em pouco mais de uma hora já havia terminado a leitura.
A história de Will, um garoto de 15 anos que já teve sua cota de sofrimento na vida é apresentada aos leitores do ponto de vista desse menino de periferia. O protagonista já perdeu pessoas importantes, seu tio, seu pai e a última perda foi a do irmão mais velho e é neste ponto que a história fica complicada, já que segundo as regras da comunidade o jovem garoto não pode chorar, não pode dedurar e deve se vingar daqueles que o feriram. Em busca de vingança, Will entra em um elevador e a cada andar uma pessoa importante para a sua jornada entra e o faz relembrar os momentos mais tristes e marcantes em sua curta trajetória.
Apesar de ser uma ficção, a história de Will pode ser encontrada em todos os lugares do mundo. Garotos de periferia, com famílias desestruturadas e poucas condições para mudar de vida, nascem e crescem vendo e seguindo os erros de seus familiares e amigos. A leitura, apesar de fluida, é bastante difícil já que em sua narração o autor consegue passar para os leitores os sentimentos de Will, seu medo, sua raiva, sua confusão e revolta com o que aconteceu com seu irmão e todos aqueles que embarcam nesta jornada de autoconhecimento enquanto o elevador não chega ao térreo.
Apesar de ser uma ficção, a história de Will pode ser encontrada em todos os lugares do mundo. Garotos de periferia, com famílias desestruturadas e poucas condições para mudar de vida, nascem e crescem vendo e seguindo os erros de seus familiares e amigos. A leitura, apesar de fluida, é bastante difícil já que em sua narração o autor consegue passar para os leitores os sentimentos de Will, seu medo, sua raiva, sua confusão e revolta com o que aconteceu com seu irmão e todos aqueles que embarcam nesta jornada de autoconhecimento enquanto o elevador não chega ao térreo.
Sobre a edição só tenho elogios para a Editora Intrínseca, tudo está perfeito. A capa é maravilhosa e nos apresenta o que iremos encontrar ao virar as páginas. O livro é narrado em versos, então a leitura é fluida e bem rápida. As páginas contam com elementos presentes na capa, além de serem trabalhadas para lembrar ao leitor que o protagonista está em um elevador e descendo. Este foi, sem dúvida, um dos melhores livros que já li.
"CONFESSEI
que tava com medo,
que tinha que ter um jeito
de saber que ia fazer
a coisa certa."
Página 303
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