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09 junho 2012

Resenha: Quando Lisboa Tremeu - Domingos Amaral

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Autor: Domingos Amaral
Editora: Casa da Palavra
Ano: 2011
Páginas: 480
Sinopse: Após o violento terremoto que atingiu Lisboa em 1755, incêndios colossais se espalham pela cidade durante vários dias. Enquanto as autoridades começam a reorganizar a cidade, um pirata e uma freira fogem da Justiça, um capitão inglês tenta encontrar seu dinheiro e um menino de 12 anos procura por sua irmã gêmea, soterrada sob os escombros.
A catástrofe ocorrida no dia de Todos os Santos mudará a vida desse pequeno grupo de pessoas para sempre. Suas histórias, narradas de forma peculiar pelo pirata Santamaria vão se cruzar em meio ao desastre que assolou Lisboa.
Dividido em quatro partes – Terra, Água, Fogo e Ar – Quando Lisboa tremeu é um belíssimo romance, ambientado em um acontecimento real, sobre a destruição e o poder das forças da natureza e do destino. São essas forças que guiam o leitor através da história de vida de cada um de seus personagens que se questionam se a tragédia foi punição divina ou casualidade.
Classificação:    

Exemplar cedido pela Editora para resenha e avaliação do  La Vie Est Ailleurs - Denise


O livro se passa em Lisboa, no ano de 1755 e é narrado pelo pirata Santamaria, que conta a historia de como ele e mais três pessoas: uma freira, um capitão e um garoto, sobreviveram ao terremoto que destruiu a cidade em pleno feriado religioso.
"Nesse momento, o chão recomeçou a tremer. À minha volta tudo balançou, produzindo o estrondo mais assustador e tenebroso que ouvira em minha vida. Sobre mim, o edificio da prisão caía, como se fosse um baralho de cartas, cuspindo pedras e madeiras e poeiras, e deixando-me encolhido de medo."

A primeira parte do livro é chamada "Terra" e Santamaria conta a historia de cada um dos personagens: o que eles faziam na hora do terremoto, onde estavam e os encontros que tiveram antes de se tornarem um grupo de sobreviventes. O começo fluiu bem, mas chegou em uma parte que para mim ficou muito repetitivo e só se tornou interessante mais para o fim da parte "Terra", onde não consegui mais largar o livro querendo saber o que mais de desastre estava para acontecer.

"Irmã Margarida nunca pensou que o rio podia molhar suas pernas numa rua no meio de Lisboa, mas foi o que aconteceu quando uma onda de mais de meio metro de altura rodopiou pela esquina à sua frente..."

Seguimos para "Água", onde Santamaria continua a narrar o que cada um dos personagens fazia na hora que as três ondas gigantes atingiram Lisboa e a situação de cada um só piora, e imaginar o caos que a cidade de Lisboa se tornou após esses desastres me deixou tensa. E é aqui que alguns dos personagens finalmente se encontram e passam a andar juntos pela Lisboa destruida.
"O Paço estava em chamas. Aqui e ali, numa janela, uma labareda aparecia, como que para saudar a praça. Mais para a direita, a Patriarcal nova e a Ópera eram igualmente reféns daquele maldoso devorador, e pareciam, aliás, mais próximas da rendição do que o Paço Real."

Passamos para "Fogo", e aqui a cidade passa a ser consumida pelas chamas, os saques, os assassinatos passam a fazer parte do cenário e a loucura parece tomar conta dos sobreviventes. Também passamos a ver o que se passa com a Familia Real Portuguesa e seus secretários, e como Santamaria com o seu amigo pirata e duas freiras tentam fugir da cidade, enquanto o garoto continua a procurar pela irmã e o capitão inglês tenta ajudar a escrava.
"No jornal que a população, os nobres e os estrangeiros iriam ler nos dias seguintes, a tragédia era anulada, suprimida, como se não tivesse acontecido, e apenas uma boa noticia real era revelada, para aliviar o espirito da população. E era tudo."
E finalmente entramos em "Ar", onde temos as primeiras brigas no estranho grupo de sobreviventes que acabam de separando em grupos menores novamente,  o desespero no lado da Familia Real para reconstruir a cidade, um romance que nasce aos poucos, um milagre acontece no meio do desastres e segredos sendo revelados. Tudo isso leva a um fim já esperado.
"Tive pena dela. A pena é um sentimento bonito de se ter por quem sofreu, mas não deve ser revelada, pois é quase sempre sentida como um insulto pela pessoa que a provoca em nós."
O livro dividido nos quatro elementos fez sentindo e mostra como os elementos da natureza podem agir contra a humanidade e destruir tudo que conhecemos em um piscar de olhos, nos deixando em um caos onde os mais fortes sobrevivem.

Vale a pena ler, pois você passa a imaginar o que faria se estivesse em uma situação parecida: lutaria para sobreviver, a ajudar a reconstruir a cidade ou desistiria e acabaria morto? 

3 comentários:

  1. Muito boa sua resenha, que me fez ficar interessada em ler esse livro. Mais um pra minha lista de desejados!

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    Respostas
    1. Oi Sônia!
      Que bom que gostou da resenha! E espero que quando conseguir ler o livro, também goste, vale a pena!

      Bjsss

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  2. Muito boa a resenha, mas não me interessei pelo livro. Acho que não gostaria de lê-lo =(
    O blog tá lindo, e deixei um meme pra você aqui!
    http://resenhasealgomais.blogspot.com.br/2012/06/meme-sou-diva-sou-blogueira-sou-muito.html
    Beijinhos

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