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16 maio 2018

Resenha: O pior dos crimes - Rogério Pagnan

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Editora: Record
Ano: 2018
Páginas: 336

A história completa do assassinato que chocou o Brasil Construído em ritmo de thriller, O pior dos crimes esmiúça o trágico caso que conseguiu estarrecer a opinião pública de um país rotineiramente violento. Em 29 de março de 2008, Isabella, de 5 anos, foi atirada ainda com vida pela janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte da capital paulista, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O que se seguiu foi uma investigação e um processo repletos de pistas mal perseguidas, depoimentos de suspeitos com “pegadinhas”, uso de informações falsas, pressões indevidas para a obtenção de confissões, perícias criminais deficientes e um Ministério Público empolgado com os holofotes. Se o caso Nardoni representou ou não um erro judicial, se houve elementos suficientes para uma condenação “acima de qualquer dúvida razoável”, o leitor será capaz de dizer a partir da leitura deste instigante livro-reportagem.



Classificação:    



O Pior dos Crimes é uma obra lançada pela Editora Record e de autoria do jornalista Rogério Pagnan, para marcar os dez anos do assassinato de Isabella Nardoni. Recebi o livro do GER por ação, ou seja, mandaram para todos os parceiros como forma de divulgação, mas mesmo que não tivesse recebido a obra estaria em minha lista de próximas leituras. Como sempre falo, adoro histórias policiais e de cunho investigativo, estou buscando seguir nessa carreira, então isso me motiva a procurar ler o máximo sobre investigação policial e pericial. 

Depois do caso Madeleine McCann (que usei como tema para meu TCC) a morte de Isabella Nardoni foi o crime que mais me deixou indignada, já que ambas foram negligenciadas por quem deveria protegê-las. E esse foi um dos pontos que mais me irritou durante a leitura de O Pior dos Crimes, já que o autor faz questão de dizer aos quatro ventos que as provas periciais e o inquérito estavam comprometidos e que o pai e a madrasta da garotinha foram condenados sem provas sólidas. 

O livro é bem construído de forma a situar o leitor na vida do pai de Isabella desde a infância, assim como a da mãe e da madrasta. Além de apresentar seus passos durante o fatídico 29 de março de 2008, segue com investigações, provas periciais e a condenação do casal. A narração de Rogério Pagnan é bastante informativa, mas totalmente parcial e  pelo que vi em resenhas não fui a única que achou que o autor estava querendo limpar a barra do casal. A obra é interessante para aqueles que acompanharam o desenrolar das investigações ou que têm interesse em seguir na carreira policial (como é o meu caso), porém para as pessoas que não estão familiarizadas com livros de cunho criminal pode ser um pouco chocante a naturalidade com que o autor trata a morte da garotinha e as provas forenses. 



" - O senhor quer mesmo dizer que acredita que uma pessoa entrou no apartamento, sem arrombar a porta, utilizando cópia de uma chave, que essa pessoa feriu sua filha na testa, provocou asfixia em sua filha, cortou a tela de proteção da janela, tendo antes aberto a janela do quarto, limpou o sangue de Isabella, recolheu os instrumentos utilizados para cortar a tela de proteção e saiu do apartamento, trancando a porta, tudo no tempo em que você permaneceu ausente?" Página 163




8 comentários:

  1. Oi Rafa.
    O caso de Isabella Nardoni realmente foi um crime que deixou muitos indignados e horrorizados com o que o casal Nardoni foi capaz de fazer.
    Eu até estava interessada em ler o livro, mas depois da sua observação sobre a falta de imparcialidade do jornalista Rogério Pagnan para retratar o crime e sua intenção de desmerecer as provas periciais, não lerei mais o livro.
    Beijos

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  2. Oi, Rafaella!
    Até hoje me lembro do caso Madeleine McCann e da morte de Isabella Nardoni com tristeza, a negligência das pessoas que deveriam protegê-las também me deixam indignada...
    Em relação ao livro, não estou familiarizada com livros de cunho criminal, não faz o meu estilo de leitura, e pelos seus comentários acredito que O pior dos crimes não é pra mim, por isso eu não leria esse livro. Abraços.

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  3. Rafa!
    Infelizmente os recursos da nossa justiça e da polícia, são parcos e precários.
    Diante de uma exposição tão grande da mídia (que condena ou absolve quando quer), a pressão fica grande e tem de se apontador um culpado.
    E por causa de tudo isso, muitos casos não tem resolução ou, quando tem como aqui, sempre ficamos nos perguntando se foi feita mesma a justiça?!...
    Deve ser um livro intenso, mas ainda assim, gostaria de ler a visão de alguém que acompanhu boa parte do processo.
    Sua resenha como sempre impecável.
    “Eu gosto de escutar. Eu aprendi muito escutando cuidadosamente. A maioria das pessoas nunca escuta. “(Ernest Hemingway)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA MAIO BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  4. Oi Rafaella,
    O que aconteceu com a Isabella foi uma injustiça, cometida através de um ato de crueldade e covardia, por isso até hoje me revolto com esse crime e é o tipo de tragédia que marca a vida de qualquer pessoa. O que acompanhei da história de Isabella foi pelos noticiários na época que o crime ocorreu, por isso sempre tive uma certa curiosidade em ter mais acesso a conteúdos que pudessem me fornecer mais informações. O Pior dos Crimes poderia ser esse meio, mas como você ressalta alguns pontos em que o autor aponta a falta de provas para incriminar o pai e a madrasta da vítima, talvez esse não seja o livro que me trás as informações que busco.

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  5. Lembro quando vi sobre esse crime e fiquei completamente em choque com tamanha crueldade vindo daqueles que deviam protege-la. Assisti até uma série nova na netflix esses dias que fala sobre esse caso e outros.
    Gosto bastante de ler livros sobre criminalística, porém pelo que você ressalta na resenha em que ele comenta de que há falta de provas que incrimine o casal, esse definitivamente não seria um que teria interesse em saber mais.

    beijinhos

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  6. Esse é realmente um daqueles livros que não quero ler, fico muito triste sempre que lembro desse caso e acho que esse livro me deixaria muito mal. É triste demais ver o quanto nossa justiça é falha :( enfim, pra quem gosta dese gênero creio que será uma leitura interessante.

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  7. Aaah! Também quero seguir essa carreira(no caso, de perita criminal)! Até por isso, eu me interessei pelo livro e fiquei curiosa para saber o que o livro nos apresentaria sobre o caso! Porém, estou vendo que não vai ser um livro bom, já que o autor é parcial! Acho a imparcialidade essencial em livros do tipo. Obviamente o que é apresentado na sinopse é verdadeiro com relação ao nosso país, mas nem por isso devemos apoiar a vítima(nada inocente). Sem dúvidas que não lerei!

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  8. Ola!
    Não tinha conhecimento desse livro, mas tem uma premissa ótima. Gosto bastante de livro que envolve investigação criminal e mistério. Já anotei na listinha também!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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