Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Tradutor: Natalia Klussmann
Uma narrativa de paixão e coragem, Ruby transporta o leitor até meados do século XX, por ruas poeirentas de uma cidadezinha no sul dos Estados Unidos, enquanto aborda temas atemporais que ultrapassam fronteiras geográficas.
A jovem e bela Ruby Bell passou por sofrimentos inimagináveis durante a infância e a adolescência, e, assim que surge uma oportunidade, decide fugir de sua sufocante cidade natal no Texas para a vibrante Nova York dos anos 1950. No entanto, não consegue escapar dos fantasmas do passado.
Mais de uma década depois, quando um telegrama urgente a faz voltar para casa, ela é forçada a reviver fatos perturbadores e a reencontrar os personagens que definiram os primeiros anos de sua vida, esforçando-se para manter a sanidade em meio a lembranças sombrias.
Com uma prosa refinada, Cynthia Bond afirma seu lugar entre as vozes mais impactantes da ficção literária contemporânea e constrói uma história transformadora — ao mesmo tempo um retrato cruel do que o ser humano é capaz e uma demonstração da força transcendente do amor. Uma obra marcante sobre a luta feminina, finalista do Baileys Women’s Prize.
Classificação:

"Não viam como as pupilas dele se dilatavam quando o coração se enchia de orgulho, amor ou esperança.
Mas Ruby notou.
Quando a vida dela não passava de um grito longo e crescente que se esvaía no meio da noite. Mesmo então, Ruby reparou em Ephram." Página 13
Ruby é uma obra que acabou me chamando atenção quando recebi o informativo da Intrínseca dos lançamentos de abril, então decidi solicitá-lo e iniciei a leitura sem saber o quê esperar, já que a história não se enquadra nas quais tenho costume de ler. Cynthia Bond criou um universo que mescla assuntos como, por exemplo, religião, abuso sexual e preconceito, tornando a leitura pesada, mas extremamente informativa e verossímil. Ruby Bell aprendeu desde pequena o seu lugar como mulher negra em Liberty, uma cidadezinha nos Estados Unidos e assim que teve a primeira oportunidade de buscar uma nova vida longe de seus segredos e demônios, aceitou essa nova vida sem hesitar.
Dividido em três partes, Ruby apresenta aos leitores uma trama densa e com diversos gatilhos e assuntos polêmicos. A protagonista é apresentada ao leitor como uma mulher considerada pária pela sua comunidade, que abandonou tudo, porém anos depois é obrigada a voltar para a sua cidade e enfrentar o julgamento de seus conterrâneos pelo modo com que vive. O único em Liberty que não a vê como esse ser indigno de compaixão, é Ephram Jennings, criado pela irmã mais velha, Celia, desde a morte do Reverendo Jennings. Contrariando tudo o que Celia lhe diz, Ephram começa a procurar Ruby e tenta ajudá-la a se adaptar, porém a mulher teve uma vida sofrida e não entende o por quê dele tratá-la diferente de todos, além dessa aproximação despertar a ira em Celia, que faz de tudo para minar essa relação. Ruby é um romance que retrata, sem rodeios, o quanto uma pessoa pode esconder o quê passou em sua vida e mesmo as "pessoas de bem" podem ferir e modificar para sempre a vida de uma criança.
"Ruby sentiu a solidão antes que ela surgisse. Sabia que, entre todas as coisas que precisaria encarar quando deixasse a pequena cabana, a solidão seria a pior. Sabia também que esse era o sentimento que todos eles compartilhavam, mas que esperava cada um em situações diferentes. Para Ruby, seria em um quarto na casa da Senhorita Barbara. Para Maggie, no minuto após Ruby se despedir. E, para Ephram, naquele exato momento. Ela sentia que a solidão nunca o abandonava, mesmo que ele estivesse sentado ao lado dela." Página 47
Ruby é um livro que me deixou sem palavras e completamente sem saber o quê pensar assim que concluí a leitura. Confesso que foi uma leitura lenta e sempre que eu acreditava saber o que estava acontecendo e o quê havia acontecido com a pequena Ruby Bell, algo acontecia e eu percebia que ainda tinha muito mais a se descobrir. A autora tratou assuntos difíceis de serem abordados como abuso sexual, religião, preconceito e até mesmo pedofilia, tornando a leitura extremamente complicada e cheia de gatilhos para quem não lida bem com esses temas. O desfecho da obra me deixou com o coração apertado, mas sem dúvidas tornou a obra ainda mais excepcional.
Esta é uma das resenhas mais difíceis que precisei escrever e me perdoem se fui repetitiva ou um tanto confusa, mas a leitura me deixou assim e ainda estou tentando absorver tudo o que o livro abordou. Com relação aos aspectos editoriais, o livro não decepcionou. A capa é forte e bastante chamativa, tive meu primeiro contato em uma livraria e acabei me apaixonando por ela, então fiz a solicitação para avaliação. Já a diagramação é bem simples, mas funcionou muito bem, a revisão está ótima - o quê ajuda bastante na leitura. Sem dúvidas é um livro inteligente, que faz o leitor questionar e se colocar no lugar dos personagens que enfrentam as mais variadas batalhas para simplesmente ter a oportunidade de viver em uma época com várias restrições e lutas diárias.
Esta é uma das resenhas mais difíceis que precisei escrever e me perdoem se fui repetitiva ou um tanto confusa, mas a leitura me deixou assim e ainda estou tentando absorver tudo o que o livro abordou. Com relação aos aspectos editoriais, o livro não decepcionou. A capa é forte e bastante chamativa, tive meu primeiro contato em uma livraria e acabei me apaixonando por ela, então fiz a solicitação para avaliação. Já a diagramação é bem simples, mas funcionou muito bem, a revisão está ótima - o quê ajuda bastante na leitura. Sem dúvidas é um livro inteligente, que faz o leitor questionar e se colocar no lugar dos personagens que enfrentam as mais variadas batalhas para simplesmente ter a oportunidade de viver em uma época com várias restrições e lutas diárias.
"Naquele dia, aproximadamente outras vinte pessoas se flagraram vagando pela estrada até a propriedade dos Bell, curiosas para verem se Ephram cairia e começaria a espumar o mal pela boca. Em vez disso, assistiram a um homem solitário limpa, carregar e puxar coisas. Mas isso já foi mais do que o suficiente." Página 159