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11 novembro 2016

Resenha: Uni-Duni-Tê - M.J. Arlidge

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Editora: Record
Ano: 2016
Páginas: 322

Um assassino está à solta. Sua mente doentia criou um jogo macabro no qual duas pessoas são submetidas a uma situação extrema: viver ou morrer. Só um deverá sobreviver. Um jovem casal acorda sem saber onde está. Amy e Sam foram dopados, capturados, presos e privados de água e comida. E não há como escapar. De repente, um celular toca com uma mensagem que diz que no chão há uma arma, carregada com uma única bala. Juntos, eles precisam decidir quem morre e quem sobrevive. Em poucos dias, outros pares de vítimas são sequestrados e confrontados com esta terrível escolha. À frente da investigação está a detetive Helen Grace, que, na tentativa de descobrir a identidade desse misterioso e cruel serial killer, é obrigada a encarar seus próprios demônios. Em uma trama violenta que traz à tona o pior da natureza humana, Grace percebe que a chave para resolver este enigma está nos sobreviventes. E ela precisa correr contra o tempo, antes que mais inocentes morram.

Classificação:      



"Helen sabia que sua vida, dali em diante, ficaria um pouco mais difícil. Mas agora não tinha tempo para pensar nisso.
Tinha um encontro marcado com um cadáver." Página 32




Recebi Uni-duni-tê por causa das parcerias pontuais com o Grupo Editorial Record e assim que abri o envelope foi uma surpresa, definitivamente é um gênero de leitura que me atrai bastante. Deixei ele no cantinho porque estava lendo Cidade dos Etéreos, mas assim que terminei a leitura agarrei meu exemplar e li em menos de dois dias, sim, fiz uma maratona, li até às quatro da madrugada e terminei a leitura com o coração na garganta, que livro.

No primeiro capítulo somos apresentados para a primeira dupla deste jogo diabólico, o casal Amy e Sam. Ambos são sequestrados ao pedir carona, dopados e jogados em uma construção abandonada e apresentados para a única regra deste jogo: matar ou morrer. Apenas um sairia vivo deste pesadelo e carregaria a culpa de assassinar o amado. Já no segundo capítulo somos apresentados para a detetive Helen Grace, a peça fundamental que conecta todas as vítimas selecionadas pelo serial-killer para esse jogo sádico. Uma nova dupla desaparece e aos poucos há um padrão nos sequestros, Helen e sua equipe policial buscam manter os crimes na surdina para que a cidade não fique em polvorosa, porém uma repórter em questão faz de tudo para especular e difamar a força policial. Quando um terceiro crime acontece, em que ambas as vítimas morrem, Helen percebe que tudo isso foi feito não para saciar os desejos mais loucos de uma mente perturbada, mas sim para puni-la por algo que aconteceu há muito tempo e que ela buscava manter enterrado. 

Este é um thriller devastador, com cenas chocantes e personagens cativantes que buscam conter uma pessoa que se mostra ser a prova de emoções e bastante sádica. Helen é forte e busca com todas as suas forças conter e pensar a frente do assassino, porém este está sempre a um passo a frente. Um livro viciante e apavorante já que, nada é impossível de acontecer. 


"Peter sorriu e jogou o dado, mas por dentro estava morrendo. É difícil aproveitar o Natal quando se tem as mãos manchadas de sangue." Página 95


Lembro que já assisti um episódio em Criminal Minds semelhante e isso me apavorou já que este é um livro de ficção que, poderia não ser. Uni-duni-tê me deixou vidrada em sempre seguir para o próximo capítulo e descobrir qual seria o grande plano por detrás do sequestro e assassinatos, o que foi resolvido aos 45 do segundo tempo e me deixou uma noite em claro pensando que poderia ter lido mais um capítulo e que poderia, talvez, revelar o desfecho da obra. O livro é dividido em mais de cem capitulos curtos que alternam entre as vítimas, Helen, Mark e Charlie (os policiais) e, em especial, capítulos que mostram a vida de duas garotinhas marcadas por uma infância abusiva. A narração é feita em terceira pessoa, capítulos bem marcados e as histórias bem amarradas e que não deixam pontas soltas. Uni-duni-tê é um thriller de tirar o fôlego (e o sono), que apresenta ao leitor os instintos mais primitivos de sobrevivência, pois a dupla é jogada em um lugar excluso e privada de água e alimentos, tendo acesso a isso e a tão desejada liberdade apenas quando decidir matar ou morrer. Uma leitura alucinante que me conquistou logo no primeiro capítulo, a autora soube conduzir uma história fluida e sem enrolação, mas que sempre surpreendia os leitores no capítulo seguinte. O trabalho editorial está impecável, a capa capta o terror que os participantes deste jogo sinistro passaram para sobreviver, a sinopse foi bem bolada para instigar o leitor e a diagramação e revisão estão ótimas. Sem dúvidas um dos melhores livros que li em 2016.

  

"Por que a assassina agia dessa forma? Fazia suas vítimas participarem de um diabólico jogo de uni-duni-tê, certa de que, quem puxasse o gatilho, em última análise, sofreria muito mais do que sua vítima." Página 116


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