Editora: Galera Record
Ano: 2017
Páginas: 392
Tradutor: Rachel Agavino
Mallory viveu muito tempo em silêncio. Mas o destino lhe reserva um novo desafio. E ela percebe que está na hora de encontrar a própria voz.
Já na infância, Mallory Dodge percebeu que só poderia sobreviver se ficasse calada. Teve que aprender a ficar o mais quieta possível. Aprendeu a passar despercebida. A se esconder. Mas agora, após ter sido adotada por pais amorosos e dedicados, ela precisa enfrentar um novo desafio: sobreviver ao último ano do Ensino Médio numa escola de verdade. O que Mallory não imaginava é que logo no primeiro dia de aula daria de cara com um velho amigo que não via desde criança, quando viviam juntos no abrigo. E começa a notar que não é a única que guarda cicatrizes do passado, além de uma paixão adormecida e inevitável.
Classificação:
"A dúvida caiu sobre mim como um cobertor pesado e áspero. Eu havia chegado bem longe nos últimos quatro anos. Eu não era nada parecida com a garota que costumava ser. Sim, eu ainda tinha recaídas, mas estava mais forte do que aquela pessoa que já fora, vivendo numa bolha, não estava?" Página 21
O problema do para sempre foi um lançamento da Galera Record que me conquistou logo que bati o olho na capa, quando li a sinopse soube que queria ler a obra e conhecer um pouco mais sobre o que a protagonista Mallory Dodge tinha para mostrar aos leitores. Mesmo sem querer, acabei comparando a história com Um caso perdido, da mesma editora, mas de autoria da Colleen Hoover - e meu livro favorito desde sempre. Ambos são ótimos, apesar de mostrarem o quanto um lar disfuncional pode moldar a personalidade de uma criança que está propensa a abusos físicos e psicológicos de quem, supostamente, deveria zelar pelo seu bem estar. O problema do para sempre não conta com cenas explícitas, como é o caso do livro de Hoover, e dei graças a Deus porque não sei dizer se conseguiria ler mais alguma obra tão pesada quanto ela.
Mallory Dodge é uma jovem adotada por médicos que cuidaram de sua recuperação após um evento traumático em sua infância. Rosa e Carl, seus pais adotivos, fazem de tudo para que ela se sinta em casa e mantenha as perspectivas de uma vida bem estruturada, faça faculdade e trabalhe com algo que eles almejavam para Marquette - a filha biológica do casal que morrera anos antes de Mallory ser adotada. Apesar disso, Mallory não é muito de se expressar, já que durante a sua infância procurava se manter longe do radar dos seus tutores, ao contrário de Rider, um garotinho que se colocava na linha de fogo para protegê-la dos ataques a que era submetida enquanto morava com a srta. Becky e o sr. Henry, um casal que só aceitou tomar conta de Mallory e Rider por causa do dinheiro que o governo lhes dava para as despesas das crianças.
Agora, muitos anos depois, Mallory decide terminar o ensino médio em uma escola regular e se candidatar para as faculdades que seus pais haviam indicado, porém logo no primeiro dia a jovem tem uma surpresa - Rider está matriculado na mesma escola e, ao mesmo tempo que ela fica feliz com o reencontro, as feridas de sua infância que buscou tanto superar, agora estão voltando à superfície. Buscando recuperar o tempo perdido que passou longe de seu melhor amigo, Mallory reata a amizade como se não tivessem passado um dia sequer longe um do outro. Porém, agora, Rider tem uma namorada e uma vida que não agrada aos pais da jovem. Contrariando tudo o que Carl e Rosa lhe dizem, Mallory se joga de cabeça nesse reencontro, mas algumas coisas podem sair de seu controle e isso ameaça ruir todo o progresso que teve ao longo dos anos em superar a fase negra de sua infância.
"Quatro anos. Quatro anos retirando as camadas desgastadas e danificadas. Quatro anos para desfazer dez anos de sujeira, fazendo o possível para esquecer tudo. Tudo, exceto Rider, porque ele merecia ser lembrado. Mas ele era passado - a parte boa do meu passado, mas, ainda assim, um passado do qual não queria me lembrar." Página 37
Este é um livro nada fácil de se ler, mas a história é bem conduzida pela autora - Jennifer L. Armentrout - os protagonistas são bem descritos, desde o que passaram durante a infância até mesmo o tempo em que passaram afastados. A autora soube mostrar ao leitor como o trauma durante a infância moldou as suas personalidades e criou um laço que não será facilmente desfeito. Mallory é uma protagonista que demonstra força, apesar de tudo o que passou, mas como já é apresentado na sinopse do livro - ela não é a única que foi marcada por seu passado. Rider é um jovem que tomou uma porção de decisões erradas durante a adolescência, já que não teve a mesma oportunidade de Mallory ao crescer em uma casa com muito amor, então é um jovem arredio e que não têm muita perspectiva de futuro, porém a relação com Mallory mostra ao leitor e aos protagonistas o quanto ainda têm caminho a percorrer.
Com relação à edição o que mais me chamou atenção foi a delicadeza exposta na capa, que conta com elementos apresentados na leitura - como é o caso do coelho, - sem dúvidas essa capa é bem chamativa e alguns leitores vão ser fisgados primeiramente por ela, como foi o meu caso. A diagramação está boa, o livro é narrado em primeira pessoa (por Mallory) o que dá ao leitor a possibilidade de ir a fundo nos pensamentos da jovem, mesmo que ela não se comunique muito com as pessoas com quem convive. A revisão está boa, os capítulos são bem divididos e a narração - apesar de pesada - é fluida e não deixa pontas soltas ao longo da leitura. O único ponto que deixou a desejar na edição foi o material da capa que acabou descolando na parte inferior, não sei se foi um problema pontual - da minha edição - ou se todos os livros estão assim, mas isso não interferiu na leitura então é algo que não diminuiu a minha experiência com a obra. Para aqueles que gostam de um bom drama, que mostra como a infância pode aproximar pessoas que passam pela mesma experiência traumática e precisam enfrentar as rachaduras que isso causou em suas vidas, O problema do para sempre é uma ótima opção.
"E talvez... talvez isso não fosse melhorar. Rider tinha dito que nada é para sempre, mas algumas coisas, algumas cicatrizes, são profundas demais para desaparecer." Página 282
Oi Rafaella.
ResponderExcluirEu adorei a premissa desse livro e fiquei feliz em saber que ele não é tão descritivo como o da Colleen, que confesso, acabou comigo, mas enfim, ja vou me preparar para a carga emocional e enxurrada de emoções que eu sei que vem por ai, enfim, não vejo a hora de ler.
Bjs.
Raffa!
ResponderExcluirEssa questão do abuso psicológico e físico nas crianças é um caso sério mesmo.
Fico feliz em ver que a autora soube abordar o tema de forma mais crível e mostrando que o amor de todas as formas, pode ajudar a melhorar os traumas que são deixados.
Deve ser um livro doloroso, ao mesmo tempo, enriquecedor.
Gostaria de ler.
Um final de semana carregado de luz e paz!
“A arte de ser sábio é a arte de saber o que ignorar.” (William James)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA novembro 3 livros, 3 ganhadores, participem!
Eu ja tinha lido um livro da autora e fiquei encantada com a historia mas fiquei perdida na escrita e no desenrolar da hiistoria. Eu ate gostei da premissa dessa historia mas ainda fico com o pe atras antes de voltar a ler algo da autora outra vez
ResponderExcluirOlá! Gosto muito de dramas e essa questão de traumas é muito séria, é algo que marca a vida inteira de uma pessoa. Acho que será interessante ver como isso foi conduzido na história, mas a princípio já me interessou. Achei legal também que parece abordar a diferença nas escolhas e na vida dos dois jovens que passaram por lares, criações e oportunidades bem diferentes um do outro.
ResponderExcluirBeijos.
Apesar da capa não ter me agradado muito, a história eu gostei bastante. Gosto quando são tratados certos assuntos polémicos que as vezes a sociedade tapa os olhos. Enfim, quwro muito ler esse livro.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostei do livro, tem uma história marcante e bem intrigante. A personagem me deixou bastante encantada por ela e ao mesmo tempo curiosa pela sua história. Eu já anotei na lista de desejados!
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