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14 agosto 2018

Resenha: Um ano solitário - Alice Oseman

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Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2018
Páginas: 384
Tradutor: Carolina Caires Coelho


Estreia da jovem Alice Oseman na literatura Young Adult, Um ano solitário foi chamado de “O apanhador no campo de centeio da era digital” pelo jornal The Times. Cativante e genuíno, o romance acompanha a transformação de Tori Spring de uma adolescente apática em alguém que precisa deixar sua zona de conforto para trás. Tirando o blog onde escreve sobre seu pessimismo crônico e o irmão Charlie, que se recupera de um problema que o levou a tentar o suicídio, Tori se mantém indiferente ao resto do universo – incluindo o colégio, sua melhor amiga, garotos, filmes, livros, seus pais. E permanece alheia quando Michael Holden, novo na escola, tenta convencê-la a investigar um misterioso site chamado Solitaire, que tem causado algumas confusões no colégio. Tori mal percebe o esforço de Michael e de um outro amigo para se aproximarem dela. Mas quando as brincadeiras e jogos promovidos pelo grupo virtual começam a ficar estranhamente perigosos, a garota precisa dar um passo que pode mudar sua vida – e a maneira como vê o mundo e se relaciona com as pessoas – para sempre.


Classificação:      


"Sei que não deveria me surpreender. Conheço Michael há menos de três semanas. Mas minha percepção em relação às pessoas raramente muda e, quando muda, nunca é tão drástica. É esquisito que vejamos alguém que sorri o tempo todo, assim presumimos que essa pessoa seja feliz o tempo todo. É esquisito que uma pessoa seja legal com você e então você já pensa que ela é uma "boa pessoa" de modo geral. Não sabia que Michael podia ser tão sério a respeito de algo, nem ficar tão irado. É como ver seu pai chorar. 
Mas o que mais me assusta é que nenhuma pessoa, nesse mar de gente, pareça notar." Página 211



Um ano solitário foi lançado em abril pela Editora Rocco e é de autoria de Alice Oseman. Este foi um dos lançamentos do mês que acabou chamando a minha atenção e solicitei mais pela identificação com a personagem por causa do blog, além da sinopse me deixar bastante curiosa pela leitura.

Logo no primeiro capítulo somos apresentados à Tori Spring, uma jovem introvertida e que apesar de ter alguns amigos, vive em seu próprio mundinho. A garota tenta se manter forte pelo irmão, Charlie, que há pouco tempo tentou suicídio, porém se esconde por trás de seu blog e um comportamento autodestrutivo. Quando um velho amigo de infância volta a estudar em seu colégio, um novo aluno também chama a atenção de Tori, então ambos tentam ajudá-la a aproveitar melhor a vida. Porém  a garota se vê conectada com um blog que surgiu recentemente no colégio, o Solitaire, e é uma das estudantes designadas a descobrir quem está por trás das publicações para que a direção da escola consiga conter a reação dos alunos, que acabaram idolatrando o blog e estão começando a ficar descontrolados.

Tori e Michael começam uma investigação paralela para descobrir quem é o criador do Solitaire, porém com o passar do tempo as brincadeiras começam a ficar cada vez mais perigosas e algumas pessoas se machucam. Tori começa a perceber que o blog está, de alguma forma, ligado à ela e isso pode ser perigoso para ela e as pessoas com que se importa. 



"Não quero que as pessoas se preocupem comigo. Não tem nada com o que se preocupar. Não quero que as pessoas tentem entender por que estou como estou, porque eu deveria ser a primeira pessoa a entender isso. E eu ainda não entendo. Não quero que as pessoas interfiram. Não quero as pessoas na minha cabeça, falando disso e daquilo, sempre mexendo nos pequenos fragmentos de mim." Página 263



Este é um livro Young Adult que prendeu minha atenção pelo fato de tratar assuntos como suicídio, traumas e até mesmo "sair da zona de conforto" de forma a fazer com que o leitor se coloque no lugar dos personagens e como seria enfrentar tudo o que eles estão passando. A história criada por Alice Oseman é interessante e trata de assuntos complicados, mas com naturalidade e bastante cuidado em suas palavras. Tori é uma garota normal e poderia ser uma amiga, irmã ou até mesmo o próprio leitor e isso faz com que o livro seja ainda melhor. 

Confesso que além da sinopse, a capa foi essencial para que eu solicitasse a obra para avaliação, já que achei linda. A diagramação está ótima, o livro é dividido em duas partes e os capítulos são narrados em primeira pessoa, por Tori, dando ao leitor maior proximidade com a protagonista. A revisão está ótima, e que combinado com a escrita de Alice Oseman, torna a leitura fluida e sem igual. Sem dúvidas é um livro indicado para aqueles que gostam de obras que abordam temas considerados tabus, mas de forma extremamente respeitosa. 




"Ninguém é sincero, ninguém fala a verdade. Não se pode confiar em ninguém nem em nada. As emoções são a doença fatal da humanidade. E estamos todos morrendo." Página 338




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