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12 abril 2017

Resenha: Escuridão, seja minha amiga - John Marsden (Amanhã#4)

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Editora: Fundamento
Ano: 2009
Páginas: 232

Você voltaria para ajudar seus pais, mesmo que isso custasse a sua vida e a dos seus melhores amigos? 

Depois de um pequeno descanso, Ellie e seus companheiros voltam para casa. E retornam para a triste realidade da invasão que mudou radicalmente a vida deles. Mas um novo desafio os aguarda. Para ajudar o grupo de elite do capitão Iain, eles precisam sabotar o recém-construído - e enorme - aeroporto militar erguido em Wirrawee, a pequena cidade natal dos nossos heróis. 

Mas as coisas ficam muito difíceis. O grupo de Ellie agora é de apenas cinco amigos. Eles estão mais maduros, mas também exaustos por causa dos horrores que experimentaram. Será que algum dia poderão viver novamente sem ter que se esconder ou planejar cada passo? Os amigos querem a paz, mas não vão espera-la sentados. Por isso, eles se arriscam em um plano muito perigoso. E descobrem, mais uma vez, que não tem mais ninguém com quem contar. 

Escuridão seja minha amiga é o quarto volume da série que foi escolhida como a mais fascinante pelos jovens leitores nos EUA, na Suécia e na Austrália. Uma história que prende o leitor do início ao fim. Este livro vai ficar na sua memória para sempre.


Classificação:       


Pode conter spoilers dos volumes anteriores



"Tínhamos chegado à Nova Zelândia com queimaduras, ferimentos, em estado de choque, com ossos quebrados e cicatrizes, por dentro e por fora. Tínhamos perdido contato com nossas famílias e visto amigos morrerem. Havíamos causado a morte de outras pessoas por nossa própria escolha.
Éramos típicos sobreviventes de guerra, eu acho." Página 6




Escuridão, seja minha amiga é o quarto volume da série do autor John Marsden e publicada no Brasil pela Editora Fundamento. Para quem ainda não conhece, essa é uma série ambientada na Austrália em que um grupo de adolescentes decide tirar uma semana para se aventurar, mas ao voltar para casa descobrem que seus familiares estão aprisionados e seu país foi dominado. Ellie e seu grupo decidem fazer algo para defender sua casa e desde então criam resistência aos avanços dos colonizadores. 

Neste quarto livro, Ellie está completamente abalada pelos últimos acontecimentos, tiveram notícias de seus familiares, porém personagens importantes foram mortos e isso acabou deixando o grupo longe dos ataques, por enquanto. Ao serem salvos pelos neozelandeses, conhecidos pelos jovens como kiwis, foram levados para outro país e ficaram algum tempo lá para se recuperar fisicamente e emocionalmente. 

Os amigos estão na Nova Zelândia há cinco meses e os militares planejam uma nova expedição para Wirrawee, para que possam ver como anda a colonização das cidades e o avanço dos invasores. Apesar de não estarem preparados para o retorno, Ellie e seus companheiros voltam para sua cidade e apresentam aos kiwis o lugar, dando-lhes instruções sobre as localizações da feira (em que a maior parte da população estava sendo aprisionada) e demais informações que eles precisariam para montar um ataque ao aeroporto militar que fora construído para facilitar a comunicação dos invasores com seu país de origem e recebimento de materiais necessários para a permanência deles nas cidades, já que as fazendas ainda não estavam boas para o cultivo e a criação dos animais que foram deixadas de lado com a invasão e o controle da população. Esse quarto livro é mais leve com relação aos ataques, então acaba sendo mais uma narração que mostra o amadurecimento dos adolescentes que agora - de certa forma - acabaram se conformando com as vidas que estão tendo, mas sempre querendo dar um jeito de recuperar o país junto dos outros rebeldes. 



"Meu coração disparou de excitação e esperança - e também por causa do meu velho inimigo, o medo. Era uma ideia absurda, inesperada, maluca e, talvez, impossível - mas não tínhamos nenhuma outra, nenhum outro modo de escapar." Página 100



Considerando o fim do livro anterior em que fiquei com o coração na boca com os últimos acontecimentos, esperava muito mais ação, lutas, ataques e sangue em Escuridão, seja minha amiga. Entretanto, o livro é justamente o contrário, claro ele conta com algumas cenas bastante movimentadas nesse sentido, porém a narração em geral são os pensamentos da Ellie e como ela foi bastante afetada com os últimos meses em sua vida. Perdas difíceis ao longo dos meses são o que dá ao livro e aos personagens carga dramática, além dos constantes ataques para a recuperação de seu país. 

Neste volume também percebemos o quanto Ellie e seus amigos cresceram com o passar dos meses, Lee está mais destemido e avança sem pensar duas vezes para salvar seus amigos, Fi passou de uma patricinha mimada para uma mulher bastante corajosa e Homer, apesar de impulsivo, começou a dar atenção ao que os amigos acham, já Ellie e a sua mania de 'só eu penso nesse lugar' me irritou em muitas cenas e fiquei com vontade de entrar no livro e mostrar pra ela que não é a única que tem ideias geniais para os ataques, por outro lado, Kevin encontrou sua força na perda de pessoas queridas e isso foi abordado ao longo dos capítulos, trazendo uma carga bastante dramática à leitura. 

Escuridão, seja minha amiga manteve o padrão da série com relação à edição, a capa remete a uma das minhas cenas favoritas do livro e ficou bem chamativa. Já a diagramação é linda, com detalhes verdes nas páginas, letras em bom tamanho, capítulos bem divididos e também uma boa revisão. Minha classificação 4 foi por causa da história, que foi mais tranquila que a dos livros anteriores e isso havia me conquistado e me deixado doida pela continuação, acredito que toda essa ação volte mais para frente. O livro é ótimo, não me entendam mal, mas toda a reclamação da Ellie é um pouco cansativa com o passar dos capítulos, porém nada que diminua o trabalho maravilhoso do autor. Sem dúvida é uma série excepcional que todos deveriam conhecer. 


"Era óbvio que não dava para irmos muito mais longe. Estávamos no limite das nossas forças. Olhei para os outros e eles olharam para mim. Estavam mal: pálidos, assustados, exaustos. Eu sabia o que queriam. Uma ideia.  Por um instante fiquei chateada. Por que estavam esperando que eu pensasse em alguma coisa? Eles também não tinham cérebro?" Página 114

2 comentários:

  1. Rafa!
    Achei também que teria mais ação, o bom é que a série termina bem.
    E Ellie apesar da tristeza e das frustrações, consegue continuar comandando seu time para libertar as pessoas.
    Deve ser uma ótima série.
    Boa Páscoa!
    “A sabedoria começa na reflexão.” (Sócrates)
    cheirinhos
    Rudy

    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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  2. Olá!
    Como comentei anteriormente, tenho somente as duas primeiras edições, mas quero muito ter todas na estante. Assisti a série e gostei muito, então, minha expectativa para com a leitura, é muito positiva.
    Adoro esse gênero! As capas estão lindas!
    E, sua resenha, muito bem explicada.
    Beijos.

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