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10 maio 2021

Resenha: A trança - Laetitia Colombani

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Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 208
Tradutor: Dorothée de Bruchard

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Fenômeno de vendas internacional conta a história entrelaçada de três mulheres em continentes diferentes, mas com a mesma sede de liberdade


Smita é uma intocável, membro da casta mais inferior da Índia. Seu grande sonho é ver a filha escapar da condição miserável em que vivem e ter acesso à educação formal. Na Sicília, Giulia trabalha como ajudante na oficina do pai. Mas, quando ele sofre um acidente e ela precisa assumir o comando, logo percebe que o negócio está à beira da ruína.

No Canadá, Sarah é uma advogada renomada. Quando está prestes a ser promovida a chefe no escritório em que trabalha, descobre estar gravemente doente.

Sem saber que estão conectadas por suas questões mais íntimas, Smita, Giulia e Sarah recusam o destino que lhes está reservado e decidem lutar contra ele. Vibrantes, suas histórias remontam a uma imensa gama de emoções muito familiares e que, por isso, tecem uma trama que fala sobre dois aspectos essenciais de nossas vidas: esperança e solidariedade. [+]




A trança é um lançamento de janeiro de 2021 da Editora Intrínseca e de autoria de Laetitia Colombani. Quando tive acesso à sinopse já fiquei interessada em conhecer a história destas mulheres fortes, fiz a solicitação da obra para a editora e pude então fazer a leitura. 

A obra nos apresenta a história de três mulheres que estão lutando contra o que o destino parece lhes ter reservado. Uma delas é Smita, uma mulher extremamente forte e que não é feliz com a vida que leva. Todas as suas economias foram guardadas para que ela pudesse levar a sua filha Lalita para a escola para que a pequena aprendesse a ler e escrever e não precisasse limpar latrinas, como a mãe faz desde que tem lembranças de sua rotina. 


"Smita conhece a história, Nagarajan não precisa lhe lembrar. Ela sabe que aqui, no seu país, as vítimas de estupro são consideradas culpadas. Não há respeito pelas mulheres, e ainda menos se são intocáveis. Essas criaturas que não podem ser tocadas, nem mesmo olhadas, podem ser estupradas sem nenhum prurido. Pune-se o homem endividado estuprando sua mulher. Pune-se o homem que se envolve com mulher casada estuprando suas irmãs. O estupro é uma arma poderosa, uma arma de destruição em massa. Há quem fale em epidemia." Páginas 84 e 85

Sarah, outra mãe lutando pelo melhor para seus filhos, é uma advogada que está com tudo em sua carreira dando certo, em contrapartida sua vida pessoal acabou sendo deixada de lado. Tudo muda quando ela descobre que está doente e depois de anos tira alguns dias de folga, achando que seria suficiente para restabelecer sua saúde, porém não foi o caso e agora, pela primeira vez na vida, ela precisará dar uma atenção especial para sua saúde e sua casa, ao invés de estar completamente focada em seus casos no trabalho.


"Quando se olhava no espelho, Sarah via uma mulher de quarenta anos para quem tudo tinha dado certo: tinha três filhos lindos, uma casa bem cuidada em um bairro elegante, uma carreira invejada por muitos. Era a imagem dessas mulheres que se vê nas revistas, sorridente e realizada. Sua ferida não se via, era invisível, quase indetectável por trás da maquiagem perfeita e dos terninhos de grife.
Mas estava ali.
Como milhares de mulheres país afora, Sarah Cohen era partida em duas. Era uma bomba prestes a explodir." Página 35


Giulia é a única filha de Pietro Lanfredi que trabalha com seu pai no Ateliê Lanfredi, quando o homem sofre um acidente Giulia precisa assumir o lugar de seu pai e gerenciar o negócio para que a sua família continue tendo dinheiro para sobreviver. Mas isso pode não ser suficiente já que o pai escondia da família que o negócio estava afundado em dívidas, então Giulia precisará decidir se quer continuar assumindo o mesmo método de trabalho de seu pai ou otimizar a produção para conseguir salvar o negócio da família.


"O navio está afundando, observa Giulia. Com todos a bordo: ela própria, a mamma, suas irmãs, suas operárias. É o Costa Concordia, o capitão foi-se embora, o naufrágio é certo. Não há botes, nada no que se agarrar." Página 117


A autora conclui a história destas três mulheres batalhadoras de forma genial, conseguindo conectar suas histórias, suas batalhas mesmo que morem em continentes diferentes. Confesso que me arrependi de não ter lido A trança logo que foi lançado, a história foi elaborada com maestria, dando ao leitor a oportunidade de conhecer três protagonistas completamente diferentes e que se conectam por causa do destino. Um livro inspirador, a autora fez um trabalho fenomenal ao narrar os dramas de Giulia, Smita e Sarah. 

A obra está maravilhosa! A Intrínseca arrasou na edição de A trança com capa dura e muito delicada, o corte é dourado e com pontos brilhantes, o que dão ainda mais vontade de conhecer essa história maravilhosa de Laetitia Colombani, tamanho cuidado da editora com a edição e revisão da obra. Sem dúvidas, indico para todos os leitores essa história singular. 


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