Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 352
Tradutor: Regiane Winarski
Há muito tempo uma história sinistra é contada na pequena Chapel Croft. Cinco séculos atrás, mártires protestantes foram traídos, e então queimados. Trinta anos atrás, duas adolescentes desapareceram sem deixar vestígios. E há algumas semanas, o responsável pela paróquia local se enforcou na nave da igreja.
A reverenda Jack Brooks, mãe solteira de uma jovem de quatorze anos, chega a esse vilarejo em busca de um recomeço. Em vez disso, encontra um lugar tomado por conspirações e segredos, e é recebida com um estranho pacote de boas-vindas: um kit de exorcismo e um bilhete: Não há nada escondido que não venha a ser descoberto.
Quanto mais Jack e sua filha, Flo, exploram a cidadezinha e conhecem seus estranhos moradores, mais as duas se aprofundam em feridas antigas, mistérios e suspeitas. E, quando Flo começa a ver meninas ardendo em chamas, fica evidente que há fantasmas por ali que se recusam a descansar em paz.
Neste thriller macabro e cheio de reviravoltas, no qual nem todo mundo é quem parece ser, C. J. Tudor mostra mais uma vez por que é uma das vozes mais originais da literatura contemporânea. [+]
"Coisas ruins acontecem porque a vida é uma série de eventos aleatórios e imprevisíveis. Nós vamos cometer erros no caminho. Mas Deus é misericordioso. Pelo menos, espero que seja." Página 35
Garotas em Chamas foi escrito por C. J. Tudor e lançado no Brasil pela
Editora Intrínseca em março de 2021. A obra foi uma das minhas solicitações de
abril e assim que a recebi dei início à leitura, pois gostei muito dos livros já
lançados por ela e estava extremamente curiosa para conhecer essa história.
Neste thriller conhecemos a reverenda Jack Brooks que foi transferida da cidade em que estava por causa de um escândalo envolvendo uma criança. A cidade que é o destino de Jack e Flo, sua filha adolescente, é Chapel Croft, uma cidadezinha pequena e que é cercada de mistério. Cinco séculos atrás, protestantes foram mortos queimados, incluindo duas meninas. Eles ficaram conhecidos como mártires e deram início as lendas do local. Trinta anos atrás, duas jovens desapareceram sem deixar rastros, pouco depois uma pessoa ligada à igreja deixa a cidade, assim como a mãe e o irmão de uma das meninas desaparecidas. O que não contaram para a reverenda Brooks antes de fazer a mudança é que seu antecessor se suicidou na capela, por isso o posto de reverendo estava vago em Chapel Croft.
Logo em sua chegada Jack conhece Simon Harper, descendente dos mártires, e ela entende o quanto essa história é importante para a comunidade. A filha caçula de Harper estava coberta de sangue e ele afirmou que seria sangue de porco do abatedouro da família, Jack iria chamar a polícia, porém Aaron (filho do antigo reverendo de Chapel Croft) afirmou não ser necessário já que o homem era conhecido por todos e não seria nada grave. Com isso Jack começa a investigar o quê o reverendo Fletcher havia descoberto e que o fez atentar contra sua própria vida.
Enquanto sua mãe está com suas desconfianças, Flo começa a explorar a cidade com sua câmera fotografia e conhece Lucas Wrigley, um adolescente que sofre com distonia e é frequentemente o alvo de Rosie e Tom, filha mais velha de Simon Harper e seu primo. A autora conseguiu abordar religião, homossexualismo, abuso sexual, pedofilia e muitos outros temas polêmicos em uma história fenomenal.
"Penso de novo no que ela disse. Você acredita no mal? Alguém pode nascer mau? A natureza versus o meio. E, se sim, a pessoa pode mudar? Ou o melhor que elas podem esperar é negar a natureza, esconder a maldade, tentar se ajustar, agir como todo mundo? Não tenho resposta, mas queria saber de quem ela estava falando." Página 180
A história criada por C. J. Tudor é envolvente e faz o leitor acompanhar a mudança da reverenda Brooks e sua filha, além de mergulhar nos mistérios desta pequena cidade. A cada capítulo novas informações são adicionadas a essa trama, deixando várias linhas de raciocínio para desvendar o desaparecimento das duas jovens e como isso poderia estar ligado com o suicídio do reverendo Fletcher.
A edição da Intrínseca está perfeita, a capa é maravilhosa e bem elaborada, a capa dura dá um charme a parte para a
obra. A diagramação está linda, folhas pretas dando destaque a partes da história,
a cada capítulo uma nova chance de conseguir entender todos os mistérios de
Chapel Croft. Uma história instigante, envolvente e que contém tudo o que é necessário
para um livro de thriller bem escrito. Sem dúvidas Garotas em Chamas é o melhor que li da autora até agora.
"Só uma tragédia imprevisível. Todas as tragédias são. É o que as torna tão difíceis de suportar. Aceitar que a vida é aleatória e muitas vezes cruel. Nós procuramos atribuir culpa. Não conseguimos aceitar que as coisas acontecem sem motivo. Que nem tudo esta sob o nosso controle. Nós nos tornamos pequenos deuses do nosso universo sem ter a misericórdia, a sabedoria e a graça de Deus. " Página 180
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