Resenha: A mão que te alimenta - A. J. Rich

Editora: Record
Ano: 2019
Páginas: 266

                                                             

Não se deixe enganar pelas aparências.

Depois de uma manhã agitada no curso de psicologia forense, Morgan não vê a hora de voltar para casa, no Brooklyn, e trabalhar em sua dissertação. Tudo o que ela queria era ficar sozinha, mas seu noivo, Bennett, está a sua espera. Ao chegar, ela encontra a porta entreaberta. Morgan teme que algum dos seus três cães tenha fugido. Ela abre a porta com o ombro, esperando ser recebida pelos animais. Porém, nenhum deles aparece de imediato. Há marcas no chão, pegadas de cachorros.

Nuvem, o cão-da-montanha-dos-pirineus, é a primeira a vir ao seu encontro, mas sem o ânimo habitual. Seus pelos estão vermelhos de um lado, como se ela tivesse se sujado em uma parede com tinta fresca. Sangue. Morgan procura sinais de ferimentos, mas não encontra nada. Nem nos dois pit-bulls, George e Chester.

Ela avança pelo corredor, e as manchas de sangue que encontra parecem cada vez maiores. Por fim, vê Bennett caído no chão do quarto, a perna em cima da cama. Logo percebe que ele está olhando para cima. Ou estaria, se ainda tivesse globos oculares. A pele das mãos foi arrancada. E a perna em cima da cama não está ligada ao resto do corpo, ela foi arrancada.

Bennett foi atacado, destroçado e morto pelos cães. Mas como isso pode ter acontecido, se Nuvem, Chester e George são extremamente dóceis? Algo não faz sentido nessa história, e tudo fica ainda mais estranho quando Morgan, ao tentar localizar a família de Bennett, descobre que esse não era seu nome verdadeiro. Mas mal sabia ela que encontrar o noivo morto foi só o início de seu maior pesadelo.

"Por que Bennett tinha me dado um endereço falso? O que ele estava escondendo? Uma esposa? Uma família? Será que ele tinha problemas com a polícia? Então por isso era Bennett quem sempre me visitava. Isso quer dizer que íamos a pousadas com funcionários intrometidos e cafés da manhã extremamente doces porque ele mantinha um segredo, e não porque queria ser romântico. Sobre o que mais havia mentido?

Por quem eu estava de luto?" Página 44

A mão que te alimenta foi lançado em 2019 pela Editora Record e escrito por A. J. Rich, um pseudônimo utilizado pelas autoras Amy Hempel e Jill Ciment. Recebi o exemplar em uma ação da editora quando ainda era parceira da Galera Record, mas acabei deixando o livro na estante porque já havia lido muitos thrillers na época e estava dando prioridade para os livros de editoras parceiras. Na última viagem que fiz para a casa da minha avó, resgatei entre as obras que deixei por lá e trouxe para ler. 

A história começa quando Morgan, uma estudante de mestrado em psicologia forense, encontra o corpo de seu namorado Bennett em seu quarto, a perna não estava conectada ao resto do corpo e havia respingos de sangue pelo quarto, seus cachorros Nuvem, Chester e George estavam com sangue e ao olhar pela primeira vez parecia que eles haviam feito isso, porém os três eram extremamente dóceis. Ao chamar a polícia, uma confusão se instaura, um dos cães é morto e os outros dois levados a um abrigo até que seus destinos sejam decididos. 

Morgan não consegue acreditar que seus cães pudessem ter feito o que alegavam e inicia uma busca por respostas. Tenta encontrar a casa de Bennett, que acaba sendo uma mentira, então inicia uma busca por sua família e ligações que ele tinha a não ser com ela. Enquanto luta para tirar seus companheiros do corredor da morte, já que acredita que estão sendo julgados por um crime que não cometeram. No abrigo a jovem conhece Billie, uma cuidadora que a ajuda a visitar George - que está em um lugar mais restrito do que Nuvem por causa de seu comportamento -. Com essa busca, Morgan encontra novos crimes e diversas mentiras que podem estar relacionadas com seu namorado Bennett, então precisa se manter sã e analisar tudo o que está descobrindo e encontrar uma forma de salvar seus cães e resolver essa situação. 

A mão que te alimenta  é um thriller psicológico com muitas cenas interessantes, bem descritas e fortes para aqueles com estômago fraco. O livro nos apresenta a protagonista buscando provar a inocência de seus fiéis amigos e descobrir o que seu namorado escondia, então o ritmo é acelerado e muitas informações são jogadas aos leitores a cada capítulo. É uma obra bem elaborada, a trama bem amarrada e acabei me surpreendendo com o desfecho. A edição está maravilhosa, principalmente a capa que é lindíssima pessoalmente, apesar de sujar bastante o branco e ter que ser limpa constantemente. A revisão está boa, assim como a diagramação, o que contribui para tornar a leitura fluida e sem interrupções. Este é um thriller psicológico que me conquistou e apesar de já ter lido vários livros com essa temática, esse é intrigante e singular.

"Sei que algumas pessoas buscam um desfecho, acreditam que podem virar a página e seguir em frente. Como eu odiava essa falsa ideia de que se pode "amarrar as pontas soltas" do mistério e do sofrimento! Então se deixa de ser assombrado dia e noite? Então se pode continuar vivendo como antes? Considero isso uma expressão cruel, algo impossível de acontecer. Mas talvez algumas pessoas consigam. Ou se convençam de que conseguiram.

Se funciona para elas..." Página 258