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06 agosto 2021

Resenha: Terra Faminta - Andrew Michael Hurley

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Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 240
                                                                   

Quando o filho de cinco anos de Juliette e Richard morre de repente após cometer uma série de atos inexplicáveis de violência — instigado, segundo ele, por uma voz misteriosa —, o mundo dos dois desmorona. Seis meses depois, Juliette se recusa a sair de casa e passa os dias fazendo gravações no quarto do filho, esperando conseguir provas de que ele continua lá. Enquanto isso, Richard tenta ao máximo não pensar no menino e volta a atenção para o terreno do outro lado da rua, o qual escava pacientemente, em busca de fragmentos de um carvalho lendário.

Assombrados por um presente doloroso e uma expectativa interrompida de futuro, os dois são confrontados pela estranheza e pela solidão de um lugar agora tomado pelo sofrimento. De um lado, o luto deixa cada vez mais clara a distância que os separa; de outro, eles buscam desesperadamente uma ponta de esperança — apenas para desenterrar um profundo terror.

Com a incrível habilidade de criar um mundo definido pelo bizarro, em Terra faminta Andrew Michael Hurley entrelaça com perfeição a selvageria da natureza e descrições capazes de evocar horror. Nesta narrativa inquietante, o sobrenatural e a vida cotidiana se confundem, criando um retrato assustador do que acontece no limiar entre a dor e a sanidade. A obra chega ao Brasil em edição de luxo, com ilustrações exclusivas do artista alagoano Midrusa e capa dura. [+]

"Juliette estava no corredor, lustrando o espelho e ouvindo as fitas que havia gravado no quarto de Ewan. Ela havia colocado o volume no máximo, e o som de sua própria respiração, os ruídos dos canos, as correntes de ar passando pela janela e todos os outros movimentos incessantes da casa que ela havia captado estavam amplificados a uma ensurdecedora cacofonia." Página 90


Terra Faminta é um lançamento de 2021 da Editora Intrínseca e de autoria de Andrew Michael Hurley. Quando li a sinopse fiquei encantada pela premissa e não hesitei em fazer a solicitação para a editora. Quando a obra chegou me encantei pela edição e logo comecei a leitura. 

Nesta obra conhecemos o casal Juliette e Richard, pais do pequeno Ewan que faleceu aos cinco anos de idade. Algum tempo antes de morrer, Evan começou a apresentar traços de personalidade estranhos para uma criança de sua idade, após episódios de violência inexplicada os pais se preocuparam e algum tempo depois o garotinho faleceu. Agora, mergulhada em uma depressão, Juliette busca nos pequenos detalhes um meio de acreditar que o filho continua em casa, Richard recorre a ajuda da cunhada para ver se a esposa reage e volta a sair de casa, porém Juliette encontra pessoas de sua comunidade que acreditam poder ajudar a ter contato com seu filho. 

A edição está impecável, em capa dura e com ilustrações maravilhosas do artista Midrusa. Quanto a edição só tenho elogios, os capítulos são bem divididos, a capa está muito linda e combina com o aspecto sombrio que a história carrega, a revisão e a diagramação estão ótimas. Vocês devem estar se perguntando o motivo de dar uma avaliação "regular" para o livro se a edição está tão boa. O que me fez decidir por essa nota foi a história, o autor tornou a narração fluida e em muitos pontos assustadora. Apesar disso, achei o desfecho mal construído tendo em vista que ele levou o leitor a se perguntar o motivo de Ewan agir diferente das outras crianças. O final da história foi abrupto e deixou pontas soltas, assim como um possível gancho para um novo livro, porém não correspondeu às expectativas que havia criado para a leitura. Para os amantes de histórias sobrenaturais, este é um livro recomendado, pois o autor cria uma narração sombria em torno do luto destes pais e como eles têm formas diferentes de tentar superar a perda do pequeno Ewan. 


"No fim das contas, fosse aquilo um castigo ou simplesmente má sorte biológica, não fazia muita diferença. Nenhuma conclusão parecia fazer sentido. Ninguém conseguia explicar o significado que a vida de Ewan deveria ter. Ele havia falecido antes de ser capaz de se tornar, conquistar ou realizar qualquer coisa. Parecia que só tinha vindo ao mundo para sugar todo o amor que havia neles e trocá-lo por sofrimento." Páginas 94 e 95

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