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31 agosto 2021

Resenha: Ripley Subterrâneo - Patricia Highsmith

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Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 352

                                                           


Neste segundo volume da série de cinco livros que narra a trajetória de um dos sociopatas mais conhecidos da ficção, Tom Ripley está morando em uma confortável propriedade no Sul da França ao lado da esposa, Heloise, a jovem herdeira de uma fortuna. Além de circular pelo jet set europeu e colher os frutos do roubo da identidade de Dickie Greenleaf, Tom administra um esquema de falsificação de quadros.


Tudo começa com a súbita valorização das obras do recluso pintor Phillip Derwatt, graças ao trabalho de divulgação dos amigos Jeff Constant e Ed Banbury. O que os compradores não sabem é que Derwatt está morto. Quando os quadros originais são quase todos vendidos, Tom propõe à dupla que, com a ajuda do pintor Bernard Tufts, passem a criar obras inéditas atribuídas ao falecido.


O esquema parece perfeito, até que um dos compradores desconfia da falsificação e ameaça ir à polícia. Como sempre, Tom cria um plano: ele simplesmente assume a identidade de Derwatt e tenta convencer o comprador da legitimidade da peça. Um plano infalível, não fossem o descontrole emocional e a culpa de Tufts, que forçam Tom a mais uma vez adotar medidas surpreendentes e embarcar em uma trama marcada por sangue e reviravoltas.  [+]


Pode conter spoilers de O Talentoso Ripley 



"A reputação de Tom Ripley já estava um pouco... manchada, digamos assim, pela história de Dickie Greenleaf. Embora as suspeitas sobre ele tivessem sido afastadas, durante algum tempo ele fora um suspeito, houve uma história ali apesar do final feliz." Página 148


Ripley Subterrâneo é o segundo volume da série de Patricia Highsmith, lançado em 2021 pela Editora Intrínseca. No primeiro volume conhecemos o protagonista Tom Ripley, um homem sem escrúpulos que faz tudo o que está a seu alcance para manter a sua vida, mesmo que isso custe a vida de outras pessoas. 

Em O Talentoso Ripley, o homem é levado para a Itália com as despesas pagas por um poderoso empresário que deseja que seu filho retorne para casa e assuma a empresa da família. Porém nesta viagem Tom acaba assumindo a identidade de Dickie Greenleaf e precisa dar um jeito nesta bagunça que se meteu. Contrariando todas as possibilidades, Tom sai ileso da acusação de assassinato e atribui a morte de Richard a um suicídio e todo o seu dinheiro fica com Tom.

Em Ripley Subterrâneo, o protagonista está casado com Heloise e mora em Belle Ombre, uma propriedade no sul da França. Agora o homem está participando de um esquema de falsificação de quadros, 
Derwatt - o pintor - acabou morrendo, porém ao ter suas obras quase esgotadas, os donos da galeria acabam se unindo ao pintor Bernard Tufts e Ripley para iniciar a produção de obras inéditas do artista falecido. O que a equipe não esperava é que uma pessoa que adquiriu os quadros fosse desconfiar da falsificação e buscar ajuda profissional para verificar se as telas são verdadeiras. 

Tom se passa por Derwatt em uma noite e tudo parecia promissor até que o comprador ainda estava duvidando da legitimidade de sua tela, então Tom o leva para Belle Ombre para convencê-lo. O que ele não esperava é que a consciência de Bernard pesasse e pudesse colocar tudo a perder. Ripley precisa manter duas pessoas longe de revelar o esquema das falsificações e isso não será fácil nem mesmo com sua lábia e poder de convencimento, às vezes terá que apelar para a força bruta. 

A cada livro me surpreendo com a capacidade do protagonista de conseguir se safar de todos os seus crimes e a autora consegue fazer com que ele faça isso com maestria. Esta edição está tão linda quanto a primeira, a capa dura segue o padrão do primeiro volume, os capítulos bem divididos, a leitura é fluida e viciante. Não vejo a hora de poder ler o próximo volume e conhecer mais sobre a história deste protagonista tão singular. 


"Hoje à tarde vai ser um sucesso ou um fracasso, pensou Tom. Seria um sucesso, tinha que ser. Tom começou a imaginar o que aconteceria caso a tarde fosse um fracasso, e seu raciocínio parou ao chegar em Heloise... e na sua família. Seria o fim disso tudo, o fim de Belle Ombre." Página 261


 


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