Resenha: Bom dia, Verônica - Andrea Killmore

Edição: 1
Editora: DarkSide Books
Ano: 2016
Páginas: 256

         

Em "Bom dia, Verônica", acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado.

Andrea Killmore compõe thrillers como os grandes mestres, e sua experiência de vida confere uma autenticidade que poucas vezes encontramos em suspenses policiais, vibrante e cruel — como a realidade. 

"Como pode tudo ser tão falho? Como pode essa gente encostada, com distintivo, que não quer nada com nada? No Brasil, policial é tratado feito lixo. Faz vista grossa, se corrompe ou morre. Cansei de conhecer policial que escondia o distintivo para não ser assassinado no caminho de casa, PM que colocava a farda para secar atrás da geladeira para ninguém ver, Civil que escondia bem a carteirinha para não levar tiro se fosse pego de vítima em um assalto. Eu não queria ter vergonha de ser quem eu era." Página 38

Bom dia, Verônica é um livro de autoria de Ilana Casoy e Raphael Montes lançado em sua primeira edição sob o pseudônimo Andrea Killmore. A segunda edição chegou às livrarias em 2019 com uma nova capa, com os nomes dos autores revelados e em 2020 foi lançada pela Netflix a adaptação desta história tão impressionante. 

Como o nome do livro já revela, a protagonista desta obra é Verônica Torres, uma secretária da Polícia Civil que guarda um passado de tragédia. Apesar de tudo, Verônica construiu uma família com Paulo e não reclamava muito de sua rotina resolvendo as burocracias da polícia. O início de uma nova fase começou com um  suicídio em seu departamento, Marta Campos foi denunciar um crime e ao receber pouca atenção do chefe de Verônica acabou se jogando pela janela. Pouco após uma declaração de Verônica para a imprensa, uma ligação faz com que outro caso caia em suas mãos, uma mulher que denuncia o marido por assassinato e teme ser sua próxima vítima. 

Escondendo de todos e muito além de suas funções como secretária, a mulher começa a bisbilhotar e "investigar os casos", contando com a ajuda de um colega ela consegue informações e, aos poucos, entra em um caminho sem volta. Os dois casos estão muito além de sua capacidade, porém a protagonista acredita que irá resolver ambos e ser reconhecida. Durante as investigações seu casamento começa a desmoronar e ela se joga cada vez mais no trabalho que está realizando sem o conhecimento de seus superiores. O que pode dar errado, muito errado!

De leitura rápida Bom dia, Verônica é uma história que prende o leitor e mostra a maldade humana em sua forma mais primitiva, então não é indicado para pessoas sensíveis. Os autores fizeram uma crítica ao descaso com que a polícia é tratada no Brasil, como alguns criminosos se acham superiores por ter um cargo ou influência, além disso a protagonista tem complexo de superioridade e por sua irresponsabilidade pessoas morreram, então apesar de não ser um livro de thriller igual aos que eu geralmente leio, Bom dia, Verônica acabou mostrando a realidade das forças policiais no nosso país. Sem dúvidas é um livro que adorei e recomendo, já iniciei a série e assim como a leitura, estou gostando. 

"O espelho do elevador do prédio refletia uma Verônica em cacos, de olhos empapuçados, ombros curvados e cabelos ressecados, como se o lamaçal de notícias tivesse sugado toda a minha energia vital. Impressionante como a vida sempre pode piorar." Página 209