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08 maio 2020

Resenha: Terra Americana - Jeanine Cummins

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Editora: Intrínseca
Ano: 2020
Páginas: 416



Em uma agradável vizinhança de Acapulco, um massacre. Uma chacina vitima dezesseis membros de uma mesma família, durante uma festa de quinze anos. Os únicos sobreviventes são Lydia e seu filho Luca, de oito anos. O marido de Lydia, Sebastián, foi o jornalista responsável pelo perfil jornalístico do homem que controla o cartel de drogas mais poderoso da cidade. E agora, como a maioria dos seus parentes, ele também está morto.

Lydia acredita ter sua parcela de culpa. O homem gentil e erudito que passou a frequentar a livraria que ela administra não é apenas um sujeito de meia-idade interessado em literatura. É Javier, o narcotraficante que comanda o cartel.

Agora, Lydia sabe que precisa fugir com seu filho para muito longe e o mais rápido possível. Instantaneamente transformados em migrantes, os dois dão início a uma longa jornada em direção aos Estados Unidos, aparentemente o único lugar que o poder de Javier não alcança. À medida que se juntam às inúmeras pessoas que tentam uma vida melhor fora do país, e enfrentam todos os obstáculos e perigos dessa viagem que deixa uma infinidade de vítimas pelo caminho, Lydia descobre que todos ali estão fugindo de algo.

Repleto de suspense e impactante, Terra americana tem personagens cativantes, cujas histórias fazem refletir sobre o heroísmo e a generosidade das pessoas que arriscam tudo para ter um lugar em que possam viver com dignidade. Escolhido para o clube do livro da Oprah, o romance já teve os direitos de adaptação cinematográfica adquiridos.




 

"Há dezesseis corpos no quintal, praticamente todas as pessoas que Lydia amava no mundo, mas ela ainda não consegue acreditar... Sabe que é real porque as ouviu morrer, viu seus corpos. Tocou na mão ainda quente da mãe e sentiu a falta de batimentos cardíacos do marido quando tomou seu pulso. Mas sua mente ainda tenta rebobinar a cena, desfazer tudo. Porque não pode ser verdade. É horrível demais para ser. O pânico parece iminente, mas não se abate sobre ela." Página 18



Lançado em março de 2020 pela Editora Intrínseca e de autoria de Jeanine Cummins, Terra Americana é o livro que não passa despercebido seja pela capa maravilhosa ou pela sinopse de tirar o fôlego e que deixa o leitor desesperado para conhecer mais da história dessa protagonista em busca de liberdade. 

Lydia vivia em Acapulco, gerenciava uma pequena livraria e era casada com um jornalista local, Sebastián, e com um filho de oito anos, Luca, sua vida mudou completamente quando toda a sua família é assassinada pelo cartel Los Jardineros, ao todo foram dezesseis familiares mortos e as vidas de Lydia e Luca foram poupadas pois ambos estavam no banheiro na hora da chacina. Depois do crime, Lydia sabe que ela e o filho serão as próximas vítimas de Javier - o chefe do cartel e conhecido dela por causa da livraria -, então ela reúne tudo o que precisa e embarca em uma jornada por sua sobrevivência. A mulher sabe que a sua única chance de sobreviver é cruzar a fronteira e ir morar nos Estados Unidos deixando para trás toda a tragédia que caiu sobre a sua vida.

Durante a sua jornada, Lydia conhece Rebeca e Soledad, duas jovens de Honduras que carregam em sua curta vida muito sofrimento e o desejo de uma vida melhor em companhia de seu primo que já vive nos Estados Unidos. Agora os quatro se unem para cruzar a fronteira e garantir liberdade de todos os seus medos e perseguidores. O caminho de Lydia, Luca, Rebeca e Soledad não é fácil, conhecem muitas pessoas buscando cada uma a sua liberdade, algumas pessoas conseguem, outras são deixadas para trás, porém durante todo o trajeto os quatro não desistem de buscar uma vida melhor.

Terra Americana é uma obra envolvente, com personagens marcantes, cada um lutando contra seus demônios e que buscam uma vida melhor. Lydia é uma protagonista forte, determinada e que faz tudo para ver seu filho longe dos perigos dos cartéis. Soledad e Rebeca são duas adolescentes que já sofreram muito em suas vidas e buscam liberdade e uma vida longe de tudo de ruim que as cercavam, são garotas que tiveram que tomar uma decisão e ir em busca de sua liberdade, enfrentando diversas provações em seu caminho até encontrarem Lydia e Luca que lhes dão força para continuar perseguindo seus sonhos. 

Como vocês devem ter percebido, esta não é uma leitura fácil, muito pelo contrário, cada personagem traz impresso em suas características todo o sofrimento que passaram até decidirem ir atrás de uma vida melhor, mas é extremamente gratificante chegar ao final da leitura e perceber que todo o sofrimento teve uma recompensa. A cada capítulo o leitor segue com a protagonista e torce para que ela consiga escapar do cartel, podendo dar uma vida mais tranquila ao filho que já teve sua cota de sofrimento por uma vida inteira. O trabalho editorial está perfeito, começando pela capa que nos mostra a cerca e ilustra a liberdade que Lydia procura, os capítulos são de tamanho razoável e a revisão está boa, assim como a diagramação que é simples mas cumpre o seu papel. Sem dúvidas poderia ficar o dia inteiro falando sobre o quanto gostei da leitura e os motivos, mas vou deixar essa resenha por aqui e instigar você, meu leitor, que busque conhecer mais sobre essa história que me conquistou.



"Lydia agradece às meninas, e seu agradecimento parece absolutamente insuficiente, porque o que ela precisa de fato dizer é que a comida, sim, mas também a generosidade das irmãs, a humanidade e a própria existência delas têm nutrido uma parte essencial e sem viço de si mesma. Rebeca e Luca se afastaram para lavar as mãos no chafariz, mas Soledad olha nos olhos de Lydia.
- Talvez seja melhor ficarmos juntos por um tempo - diz ela." Página 168


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