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12 março 2020

Resenha: Os prós e os contras de nunca esquecer - Val Emmich

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Editora: Intrínseca
Ano: 2019
Páginas: 320
Tradutor: Carolina Selvatici

Americanas, Submarino, Shoptime




Joan Lennon é uma menina de 10 anos com um dom surpreendente: ela é capaz de lembrar, com exatidão de detalhes, tudo que aconteceu com ela. Sabe quantas vezes a mãe disse “sempre dá certo” nos últimos seis meses, lembra dos dias e dos motivos para ter chorado, mas compreende também que nem todos têm essa capacidade. A maioria das pessoas, ela sabe, esquece as coisas, mas Joan não quer ser esquecida pelos outros. Então quando depara no jornal com um concurso cultural intitulado “Próximo Grande Compositor”, ela encontra a resposta: uma boa música é impossível de ser esquecida. Ela só precisa achar o colaborador perfeito. E é aí que entra Gavin Winters.

Amigo de faculdade dos pais de Joan, Gavin é um ator famoso de Los Angeles que no momento enfrenta a dor terrível de ter perdido subitamente o namorado, Sydney. Depois de ter um vídeo seu em surto vazado na internet, Gavin decide dar um tempo na casa dos velhos amigos.

Logo que se conhecem, Gavin e Joan fazem um acordo peculiar: ele vai ajudar Joan com a música e em troca a menina vai contar tudo que se lembra de Sydney. Mas o que no início era reconfortante acaba se tornando uma tortura no momento em que Gavin é obrigado a encarar o fato de que o namorado talvez estivesse escondendo alguma coisa.

Emocionante e divertido, Os prós e os contras de nunca esquecer é um livro de estreia surpreendentemente encantador, para ser lido com Beatles tocando ao fundo.






"É o fato das pessoas fazerem cara feia quando eu digo que estão contando errado parte de uma história que envolve todos nós. Então meu pai me explica que, para a maioria das pessoas, lembranças são como contos de fada, o que significa que são mais simples, engraçadas, felizes e emocionantes do que a vida é de verdade. Não entendo como as pessoas podem fingir que alguma coisa aconteceu de um jeito diferente, mas meu pai diz que elas nem notam que estão fingindo." Página 14



Os prós e os contras de nunca esquecer, de autoria de Val Emmich foi o segundo livro escolhido para o Clube Intrínsecos, da Editora Intrínseca. Apesar de estar morrendo de vontade de conhecer a história de Joan e Gavin logo que a editora anunciou o lançamento, consegui solicitar apenas a versão que foi para as livrarias algum tempo depois. 

Nesta obra conhecemos a pequena Joan Lennon, que possui o dom de nunca esquecer os detalhes de tudo o que viveu desde um tombo que levou em uma loja de departamentos. Agora, aos dez anos, a garotinha não suporta a ideia de ser esquecida e faz de tudo para que seja lembrada por todos os que a conhecem. A oportunidade chega em forma de um concurso cultural que tinha por objetivo revelar compositores, porém a garota não é tão desenvolta na arte de compor. 

Tudo muda quando Gavin Winters, um amigo de seus pais, decide passar alguns dias na casa de Joan e eles acabam fazendo um acordo. Gavin a ajudaria na composição da música e ela contaria a Gavin todas as lembranças que tem de Sydney, namorado de Gavin que faleceu recentemente. Aos poucos uma amizade nasce e Gavin percebe que está se conectando mais com Sydney através de Joan e isso começa a ser assustador. 



"Não sei se estou compartilhando coisas demais da minha vida com essa menina de dez anos. Sempre esqueço que ela é só uma criança, talvez porque seus pais nunca a tratem como uma. Ou pode ser que o fato de Joan ser uma criança faça com que seja mais fácil conversar com ela. Ao contrário de um adulto, ela está disposta a ouvir sem julgar." Página 109


Joan é uma garotinha decidida e que acaba entrando em algumas confusões por conta de sua personalidade. Em contrapartida, Gavin é um adulto que acaba impressionado com o dom da pequena Joan e ambos ganham muito neste acordo. Gavin se reconecta com Sydney e começa a entender os motivos do namorado para esconder algumas coisas dele, já Joan busca ser reconhecida por todos e este sonho está próximo de se realizar. 

A edição está linda, a capa ilustra ao leitor tudo o que ele encontrará na narração, além de ser colorida e ficar maravilhosa na estante. A diagramação é simples, mas o livro conta com elementos interessantes como listas, desenhos e mensagens de texto bem destacadas durante a leitura. O autor optou por fazer o uso de primeira pessoa em sua narração então o leitor consegue ter as visões de Joan e Gavin, dando mais profundidade aos personagens e a tudo o que vivem. Gostei muito da leitura e me arrependo de não ter feito a solicitação desse livro antes para a editora, sem dúvida é uma leitura recomendada para todos que gostam do gênero.




"Mas Joan me convenceu a vir com ela e a mãe. Disse que, se eu quisesse escrever uma boa letra, tinha que continuar a ter novas experiências. Criança esperta. Mais uma vez, ela me convenceu a fazer uma coisa que eu não queria. Primeiro, estou enfrentando Sydney de peito aberto, acolhendo lembranças dele depois de jurar querer escapar delas. Agora estou escrevendo letras de música, algo que não faço há quase vinte anos. Para piorar, escrevendo sobre as coisas que eu estava tentando esquecer." Página 121


Um comentário:

  1. Essa capa já chama os fãs de música e de Beatles, né? Achei a história super curiosa e com potencial para ser uma leitura leve e divertida. Gostei!

    Não Me Mande Flores ♥

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