Resenha: Dezesseis Luas - Margaret Stohl e Kami Garcia

Editora: Galera Record

Ano: 2013

Páginas: 488

Tradutor: Regiane Winarski

Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona.

Classificação:     

"Eu sabia que ia acontecer. Só não sabia que a sensação seria aquela. Desde então, havia dois lugares onde eu queria estar: com Lena ou sozinho, para que eu pudesse organizar tudo em minha mente. Eu não tinha palavras para o que nós éramos. Ela não era minha namorada; não estávamos nem ficando. Até a semana anterior, ela nem admitia que éramos amigos." Página 130

Dezesseis Luas é o primeiro volume da série Beautiful Creatures publicada no Brasil pela Galera Record. Comprei a coleção em alguma promoção no Submarino e deixei-a em minha estante, mas como a Netflix estava me tentando ao deixar o filme em títulos do meu interesse iniciei a leitura para não cair em tentação e assistir ao filme antes de fazer a leitura e fico muito feliz com isso, ou estaria perdida com algumas modificações que eles fizeram na adaptação. 

O livro nos apresenta o casal Ethan Wate e Lena Duchannes que ao início da obra não são nem amigos propriamente ditos, já que a garota faz questão de deixar isso bem claro. Lena chegou à Gatlin para morar com seu tio Macon, um homem que não sai de casa há anos e é quase uma lenda na cidade, já que poucos são aqueles que o conhecem. Ao ser apresentada à turma, Lena sofre provocações por seu estilo e por sua história, porém isso faz com que Ethan queira se aproximar da garota. 

Aos poucos Ethan e Lena começam a se encontrar e um medalhão faz com que eles tenham visões de seus antepassados e percebem que estão destinados a ter esse contato bem antes de nascer. Um dos problemas que fazem parte disso é a invocação de Lena que, ao completar dezesseis anos será destinada às trevas ou à luz, pois faz parte de uma família de conjuradores - como ela prefere deixar claro, e todas as garotas passam por essa transição devido a uma escolha de Genevieve, dona do medalhão que Ethan encontra. Esta é uma história sobre segredos, família e acima de tudo romance adolescente, porém é singular e acabou me cativando desde o primeiro capítulo. 

"- Essa é a maior merda que eu já ouvi. - Era como todo o resto esta noite; eu não tinha a intenção de dizer aquilo, pelo menos não em voz alta, mas fiquei feliz por ter dito.

- O quê?

- Essa idiotice sobre destino. Ninguém pode decidir o que acontece com você. Ninguém além de você." Página 172

Dezesseis Luas é o livro que abre uma série com muito potencial e conseguiu me deixar extremamente interessada para devorar os livros seguintes e apesar de ter algumas falhas, tornou-se um favorito. Os personagens foram bem delineados, tanto os protagonistas quanto secundários e alguns, por exemplo, Amma - a mulher que cuida de Ethan e seu pai, desde a morte da mãe do jovem, chamam a atenção por sua história e segredos. Já Ridley, prima de Lena, me conquistou logo de início, a sua forma louca de viver e diálogos engraçados fizeram com que ela se tornasse a minha personagem preferida, espero que ela apareça nos livros seguintes. 

As falhas que falei anteriormente são da edição, já que o Box é extremamente frágil e as folhas são amareladas, o que prefiro, mas percebi que com o contato a borda das folhas se esfarelam, não sei dizer se é um problema da edição ou o que é, mas isso me incomodou. A revisão está boa, mas conta com alguns errinhos, já a diagramação é ótima e os capítulos são divididos por datas, o livro é narrado em primeira pessoa por Ethan e ao longo da narração temos alguns flashbacks por causa do contato dos jovens com o medalhão, o que nos dá uma dimensão maior para a história. Considerando que este é um dos meus livros favoritos, a classificação ficou em 4 só por conta da edição mesmo, então sem dúvidas é um livro recomendadíssimo, mas façam como eu e leiam antes de assistir a adaptação, pois caso contrário podem perder partes importantes para a história caso queiram continuar a acompanhar a série.   

"- Pode enfeitiçar a casa o quanto quiser, Macon. Mas sou sua mãe e estou dizendo que você pode trazer para cá todos os Duchannes, todos os Ravenwood, tornar o Círculo tão largo quanto esse condado esquecido, se quiser. Conjurar toda a Vincula, se quiser. Não é a casa que a protege. É o garoto. Nunca vi nada assim. Nenhum conjurador pode ficar entre eles." Página 239