Resenha: O Farol - Emma Stonex

Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 352

                                                           

Em 1972, três faroleiros somem de um farol remoto, a quilômetros de distância do litoral. A porta de entrada do lugar está trancada por dentro. Os relógios estão parados — todos no mesmo horário. O registro do faroleiro-chefe descreve uma terrível tempestade, mas o céu está limpo.

O que aconteceu com os homens do farol? O mar revolto sussurra seus nomes. A maré muda sob as ondas, afogando fantasmas. As águas algum dia poderão revelar o segredo deles?

Vinte anos depois, as esposas ainda lutam para seguir em frente. A tragédia deveria ter unido Helen, Jenny e Michelle, mas, em vez disso, as afastou mais. Quando um escritor aparece, tentando resolver o mistério, elas têm pela primeira vez a oportunidade de contar sua versão da história. Mas a verdade só virá à tona se tiverem coragem de enfrentar seus maiores medos. [+]

"Nuvens esparsas avançam pelo horizonte. A brisa fica mais fresca e muda de direção, jogando marolas brancas em ondas saltitantes. É como se os faroleiros nunca tivessem estado ali. É isso, ou escalaram até o topo e simplesmente voaram para longe." Página 26

Lançado em 2021 pela Editora Intrínseca, O Farol foi escrito pela autora Emma Stonex e foi um dos melhores livros que li este ano. A história gira em torno de um grande mistério, três faroleiros sumiram sem deixas rastros e, aparentemente, a empresa em que trabalhavam está fazendo de tudo para conter as descobertas.

Bill, Vince e Arthur estavam trabalhando no farol conhecido como Donzela e um dia não apareceram para  a troca de turno, deixando um grande mistério para a polícia desvendar. Com o passar dos anos as pessoas criaram teorias e suas mulheres e famílias seguiram com as vidas, porém um jornalista chega a cidade para escrever um livro sobre este mistério que há mais de vinte anos não é resolvido. 

Helen, Jenny e Michelle as mulheres dos faroleiros desaparecidos são obrigadas a reviver os meses que antecederam o desaparecimento dos maridos e a cada capítulo há uma nova descoberta. As três têm opiniões diferentes do que pode ter acontecido com os maridos e sobre a investigação independente de Dan Sharp, mas a cada nova informação que é adicionada a trama fica ainda mais envolvente. A autora conseguiu criar uma história que prende o leitor do início ao fim e todo esse ritmo não se perde ao longo das páginas, tornando o desfecho sensacional. 

"Temos que nos tirar do tabuleiro de vez em quando. Voltar a ser quem somos, nosso eu real, quando estamos sozinhos e não precisamos fingir. Podemos fazer isso em um farol. Não há ninguém nos puxando de um lado para outro.

Quando vierem me pegar, então vou saber. Do que sou feito. Como sou. O que estou disposto a fazer." Página 214

Sou apaixonada por livros com uma investigação em curso, então quando li a sinopse de O farol não tive dúvidas de que iria fazer a leitura. A narração é envolvente, os personagens são bem desenvolvidos, o mistério faz com que o leitor busque respostas sempre que uma nova informação é adicionada, além disso algumas cenas dos faroleiros foram adicionadas para conseguir construir a trama e o mistério criado com o desparecimento dos ocupantes da Donzela. 

A edição da Intrínseca está maravilhosa, a capa está lindíssima e foi muito bem elaborada. A diagramação está ótima, capítulos bem divididos que alternam entre 1972 e 1992 dando uma dinâmica interessante para a leitura, as letras estão em bom tamanho e tornam a leitura fluida e prazerosa.  Como já falei, O Farol foi uma das melhores leituras de 2021 e sem dúvidas recomendo a todos os leitores que gostam de uma narração envolvente e com muito mistério. 

"Na vida, as coisas acontecem e derrubam a gente do nada, em uma quinta-feira normal, quando estamos saindo do banho. Não há qualquer aviso prévio. As coisas que passamos o tempo temendo nunca acontecem. Pelo menos não da maneira que a gente imagina." Página 272